"Uma coisa é o que o senhor primeiro-ministro refere relativamente ao segredo de Estado, outra coisa é dar resposta aquilo que eu pergunto, que não implica nenhuma violação do segredo de Estado", sustentou o líder do PSD. Em causa o caso do acolhimento de refugiados ucranianos por russos, em Setúbal.
O líder social-democrata considerou esta sexta-feira que o primeiro-ministro não violará o segredo de Estado se esclarecer se recebeu ou não relatórios das "secretas" sobre russos que acolheram refugiados em Setúbal, senão o Presidente da República "teria cometido um crime".
"Eu perguntei se recebeu ou não recebeu relatórios no sentido de alertar para o facto de haver um cidadão russo que estava a receber refugiados e a passar informação (...). Se é crime responder à pergunta se recebeu o relatório ou não, dizer sim ou não, se isso fosse verdade então o Presidente da República, ele próprio, teria cometido um crime ao dizer que não recebeu. Portanto, não faz sentido e [o Presidente da República] não cometeu crime nenhum, como é lógico", afirmou Rio, no Porto.
O líder social-democrata respondia a questões sobre a justificação do primeiro-ministro para recusar dizer se recebeu relatórios dos serviços de informações sobre uma cidadão russo envolvido no acolhimento de ucranianos em Setúbal e sobre quem recaem suspeitas de ter partilhado informações com o regime de Moscovo.
"Uma coisa é o que o senhor primeiro-ministro refere relativamente ao segredo de Estado, outra coisa é dar resposta aquilo que eu pergunto, que não implica nenhuma violação do segredo de Estado", sustentou.
Segundo Rui Rio, "a resposta que o senhor primeiro-ministro dá está muito longe de ser aquilo" que lhe perguntou.
"O que eu perguntei vem no quadro da fiscalização que a Assembleia da República e os partidos da oposição devem fazer àquilo que é a atuação do Governo. Aquilo que nós pretendemos saber é se o Governo foi diligente ou não, portanto, se o Governo tinha a informação ou não tinha informação e se tinha informação porque é que atuou ou não atuou", apontou.
Questionado sobre a possibilidade de ser feito um inquérito parlamentar à questão, o presidente do PSD não põe para já essa hipótese: "Eu custa-me muito banalizar os inquéritos parlamentares, é uma posição de principio. Vamos ver como é que as coisas evoluem e vamos ver se mais à frente isso se possa justificar", respondeu.
Para Rui Rio, as diligências já efetuadas no sentido de esclarecer o que aconteceu em Setúbal já deram algumas respostas, embora tenha adiantado quais.
"Já houve uma serie de audições na primeira comissão, umas à porta aberta. outras com aporta fechada que vieram já elucidar algumas coisas. Aquelas que foram À porta fechada elucidaram coisas que foram à porta fechada, mas elucidaram", afirmou.
A Federação Russa lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia com invasão por forças terrestres e bombardeamentos.
Em 29 de abril, o jornalExpressonoticiou que refugiados ucranianos foram recebidos em Setúbal por russos ligados ao regime de Vladimir Putin.
Refugiados: Rio considera que PM não violará lei se esclarecer se recebeu relatório das "secretas"
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Cliques e emoções substituíram rigor e independência. Talvez o legado de Pinto Balsemão possa lembrar que ética, critério e responsabilidade são os alicerces de uma sociedade sustentável e de uma esfera pública saudável.
André Ventura disse finalmente aquilo que há tanto tempo ansiava: “Não era preciso um Salazar, eram precisos três para pôr o país em ordem”. Resta saber se esse salazarista conhece a fábula da rã que queria ser grande como um boi.
O livro de Cercas, "O Louco de Deus no Fim do Mundo" é a procura da justificação da ressurreição plena dos corpos entre os crentes católicos, mas assenta num equívoco.