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Pires de Lima: "Não é simpático" governar com a troika

14 de abril de 2015 às 15:28
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O ministro da Economia adiantou ainda que Portugal sofreu muito com a evolução do desemprego

O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou esta terça-feira em Sevilha que "não é simpático governar" com a intervenção directa de credores e que a presença da troika em Portugal acelerou ajustes que também multiplicaram um custo social.

 

"Foi muito importante deixar há quase um ano o resgate, não é simpático governar com a intervenção directa dos credores, porque há uma presença permanente que é intrusiva", afirmou Pires de Lima no Foro Joly, um fórum de debate empresarial realizado na Andaluzia, no qual participam cerca de 250 empresários portugueses e espanhóis e representantes institucionais.

 

O ministro da Economia português defendeu ainda que a intervenção da troika implicou avaliações e discussões, "em que no final há um caminho que implica cedência para que cada uma dessas avaliações tenham um resultado positivo. A intervenção da troika acelerou um conjunto de ajustes que também multiplicaram um custo social", acrescentou Pires de Lima, durante o momento de respostas a perguntas dos empresários presentes na audiência.

 

O governante lembrou que Portugal "estava comprometido com o memorando [celebrado com a troika]" e frisou a importância do seu cumprimento para a recuperação da credibilidade do país e a obtenção de avaliações positivas.

 

"A partir do momento em que assinas o memorando, a margem de liberdade é o que é", disse. Do ponto de vista social, Pires de Lima afirmou que Portugal sofreu muito com a evolução do desemprego, mas acrescentou que, "a partir o momento em que a economia entrou em desenvolvimento, foram criados 134 mil empregos nos últimos meses". Além disso, estimou um crescimento da economia portuguesa nos próximos dois a três anos em torno dos 3%.

 

Durante o evento, Pires de Lima foi ainda questionado sobre o interesse de bancos espanhóis na compra do Novo Banco, mas foi sucinto na resposta: "O Banco de Portugal é que vai decidir, não é o Governo. Há vários candidatos e o banco Santander e o La Caixa são duas entidades que são bem-vindas neste investimento".

 

O ministro da Economia português sublinhou a importância da recuperação da estabilidade do Novo Banco com a entrada de um novo accionista.

 

António Pires de Lima está hoje em Sevilha, Espanha, para promover as trocas comerciais e o investimento entre Portugal e Andaluzia, onde terá ainda esta terça-feira, 14 de Abril, mais encontros com empresários portugueses e espanhóis. 

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