Sábado – Pense por si

ONU preocupada com civis retirados de zonas rebeldes na Síria

Foram selados vários acordos de evacuação desde que as forças governamentais recuperaram Aleppo

A comissão da ONU que investiga a guerra na Síria advertiu hoje para o enorme risco que correm dezenas de milhares de civis retirados de zonas sob controlo rebelde no norte do país.

"Temos a sensação de estar a ver em câmara lenta algo que vai ser um desastre", assegurou o presidente daquela organização, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, em declarações aos jornalistas.

Pinheiro referia-se concretamente aos milhares de civis que estão a ser transportados para a província de Idleb e para o oeste da província de Aleppo, devido a vários acordos de evacuação selados desde que as forças governamentais recuperaram esta última cidade.

"O cerco a Aleppo terminou, mas o que aconteceu ali está a ter repercussões em toda a Síria", assegurou o responsável da comissão encarregada de investigar as violações dos direitos humanos na Síria.

Segundo Paulo Sérgio Pinheiro, a população civil concentrada em Idleb e outras zonas está em sério "perigo", ao encontrar-se numa área com grande possibilidade de viver uma "escalada das hostilidades".

"O risco é que Idleb receba um tratamento similar a Aleppo", disse, referindo-se à violenta campanha do Governo sírio e dos seus aliados para recuperar essa cidade.

Pinheiro destacou que a queda de Alepo resultou também numa maior "radicalização" entre as forças opositoras, com novas alianças entre grupos terroristas e extremistas que estão presentes no oeste daquela província e em Idleb, aumentando ainda mais o perigo para os civis deslocados.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.