A Anarec defende que "a carga fiscal pesadíssima que incide sobre o preço dos combustíveis, e que representa cerca de 60% do preço que o consumidor final paga por cada litro abastecido, tem necessariamente que ser revista", lamentando que "o Governo não tenha introduzido esta medida no OE do próximo ano".
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec) lamentou que a "carga fiscal pesadíssima" sobre o setor não tenha sido revista na proposta de Orçamento do Estado para 2022, nomeadamente no que diz respeito ao adicional ao ISP.
Numa resposta por escrito, enviada à Lusa, o presidente da direção da Anarec, Francisco Albuquerque, disse que a associação não pode "deixar de lamentar de forma veemente que, numa altura em que se assiste a uma subida abrupta do preço dos combustíveis, e em que o Governo legislou no sentido de ser possível a fixação de margens máximas de comercialização para os combustíveis, a tutela opte por manter em vigor, em 2022, o adicional às taxas do ISP [imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos]".
A Anarec defende que "a carga fiscal pesadíssima que incide sobre o preço dos combustíveis, e que representa cerca de 60% do preço que o consumidor final paga por cada litro abastecido, tem necessariamente que ser revista", lamentando que "o Governo não tenha introduzido esta medida no OE do próximo ano".
"Acresce que, com o devido respeito, a justificação dada pelo Sr. Ministro [Matos Fernandes] para manter-se este adicional não corresponde inteiramente à realidade", garantiu o dirigente associativo, assegurando que segundo "as palavras do Sr. Ministro, 'o adicional do ISP é algo que vigora desde 2014 [...] e é uma receita que está consignada ao Fundo Florestal Permanente no sentido de ajudar as florestas e a sua resiliência'".
De acordo com Francisco Albuquerque "o Governo prevê arrecadar mais 98 milhões de euros com o adicional às taxas de ISP, sendo que apenas 30 milhões de euros serão consignados ao Fundo".
Por isso, para a associação, "quem continua a 'ganhar' com estas taxas, são os cofres do Estado, em detrimento dos milhares de famílias portuguesas que necessitam de abastecer as suas viaturas e que veem o seu orçamento mensal a encurtar cada vez mais, face ao aumento quase diário do preço dos combustíveis".
O Governo entregou na segunda-feira à noite, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE22), que prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.
No documento, o executivo estima que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022, prevendo também que a taxa de desemprego portuguesa descerá para os 6,5% no próximo ano, "atingindo o valor mais baixo desde 2003".
A dívida pública deverá atingir os 122,8% do PIB em 2022, face à estimativa de 126,9% para este ano.
O primeiro processo de debate parlamentar do OE2022 decorre entre 22 e 27 de outubro, dia em que será feita a votação, na generalidade. A votação final global está agendada para 25 de novembro, na Assembleia da República, em Lisboa.
OE2022: Revendedores de combustíveis lamentam que "carga fiscal pesadíssima" não seja revista
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Prepara-se o Governo para aprovar uma verdadeira contra-reforma, como têm denunciado alguns especialistas e o próprio Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, num parecer arrasador.
Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?
Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.