Sete militares da Guarda Nacional Republicana são acusados de 33 crimes por alegadamente humilharem e torturarem imigrantes em Odemira.
O Ministério da Administração Interna (MAI) considerou hoje que o conteúdo das imagens dos militares a torturarem imigrantes "não corresponde ao padrão de comportamento que a GNR e os seus militares devem ter no exercício das suas funções".
Numa nota enviada à Lusa, o MAI refere que "a acusação do Ministério Público (MP) tem factos suscetíveis de justificar a responsabilização dos arguidos também em sede de processo disciplinar".
"A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) desencadeou, de imediato, as providências necessárias à avaliação dos factos nessa perspetiva, estando o inquérito ainda em curso", refere o Ministério da Administração Interna.
Sete militares da Guarda Nacional Republicana são acusados de 33 crimes por alegadamente humilharem e torturarem imigrantes em Odemira, três destes elementos da GNR são reincidentes e já tinham sido condenados a penas suspensas por agressões a imigrantes em 2018.
Este caso foi noticiado pela CNN/TVI que avança que a investigação teve origem em 2019, quando a Polícia Judiciária apreendeu os telemóveis de cinco militares suspeitos de maus-tratos a imigrantes em Odemira, tendo encontrado vídeos e imagens que deram origem a este novo processo.
A CNN/TVI mostra os vídeos analisados e é possível detetar cenas de violência, insultos racistas, tortura física e humilhação contra vários imigrantes de origem asiática.
"Em relação ao primeiro processo -- com cinco sentenças transitadas em julgado -- e que envolveu alguns dos arguidos referidos nesta acusação do MP, o MAI já determinou a aplicação de penas disciplinares de demissão da GNR (num caso) e de suspensão de funções por diferentes períodos de tempo nos restantes", refere ainda o Ministério da Administração Interna.
Fonte da GNR disse à Lusa que cinco dos sete militares acusados estão a trabalhar normalmente e aguardam a conclusão dos processos com as medidas sancionatórias da IGAI.
Num esclarecimento enviado na quinta-feira à noite, a GNR afirma que dois destes militares, que foram condenados num outro processo, encontram-se a cumprir pena de suspensão decretada pelo MAI.
Segundo a GNR, "nos últimos três anos, 28 militares foram objeto de medidas expulsivas da Guarda, o que revela o rigor e a transparência aplicados, perante os comportamentos desviantes que possam colocar em causa os valores e os princípios da instituição".
A GNR refere também que não se revê "na conduta e nos comportamentos desviantes evidenciados", tendo denunciado "prontamente a situação, criminalmente e disciplinarmente".
Para a GNR, caberá agora ao Ministério Público e à IGAI tomarem as decisões sancionatórias dos comportamentos descritos.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Há momentos que quebram um governo. Por vezes logo. Noutras, há um clique que não permite as coisas voltarem a ser como dantes. Por vezes são casos. Noutras, são políticas. O pacote laboral poderá ser justamente esse momento para a AD.
A recente manifestação dos juízes e procuradores italianos, que envergaram as suas becas e empunharam cópias da Constituição nas portas dos tribunais, é um sinal inequívoco de que mesmo sistemas jurídicos amadurecidos podem ser alvo de ameaças sérias à sua integridade.
Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
O tarefeiro preenche um buraco, não constrói a casa. Tal como no SNS, a proliferação de tarefeiros políticos não surge do nada. É consequência de partidos envelhecidos, processos de decisão opacos, e de uma crescente desconfiança dos cidadãos.