Cotrim Figueiredo admitiu que saiu da reunião com o executivo "mais preocupado" do que entrou e acusou o Governo de não fazer ideia de "como pôr o país a crescer".
O presidente da Iniciativa Liberal anunciou hoje que o partido votará contra o próximo Orçamento do Estado, acusando o Governo de não fazer ideia de "como pôr o país a crescer" nem como controlar a despesa pública.
"O nosso sentido de voto vai ser contra este Orçamento que não tem qualquer espécie de ambição relativamente ao crescimento do país", anunciou o deputado único João Cotrim Figueiredo, no final da reunião com o Governo sobre as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2022, na Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas, Cotrim Figueiredo admitiu que saiu da reunião com o executivo "mais preocupado" do que entrou.
"Já tínhamos dito que o Governo dava mostras de que não fazia ideia de como fazer o país crescer, hoje fiquei preocupado [porque] também não faz ideia como há de controlar a despesa pública", afirmou, dizendo ter uma sensação de 'dejá vu' em relação à crise financeira de 2011.
O deputado e presidente da IL acusou o Governo de agir "um bocadinho como a viúva alegre, acha que pode gastar tudo e mais alguma coisa, alavancado em fundos que vêm de fora".
"O crescimento da massa salarial da administração pública excede os 5%, sem que se veja qualquer reflexo na qualidade dos serviços públicos. Não é só falta de noção, é falta de controlo que me preocupou francamente", disse.
Para Cotrim Figueiredo, o "descontrolo da despesa pública" levará o governo a "continuar a acumular défices que só poderão ser resolvidos com mais impostos" sobre os portugueses.
"As negociações com a esquerda só podem piorar esta perspetiva", alertou.
Já sobre a prometida atenção aos jovens e à classe média, a IL diz ter recebido na reunião "pouquíssimos dados" e temer que o próximo Orçamento apenas contenha "pequenas massagens" ao nível do IRS jovem ou do programa Regressar.
Cotrim Figueiredo contabilizou as taxas de crescimento previstas pelo Governo para este ano (4,6%) e para o próximo (5,5%) e descontou o valor que Portugal caiu em 2020 (8,4%).
"No final de 2023, vamos estar com 2% a mais do que tínhamos em 2019, se não fosse o Programa de Recuperação e Resiliência Portugal, que vale cerca de 4%, Portugal estaria mais pobre em 2023 do que estava em 2019. Querem uma noção melhor de como se desperdiça riqueza e fundos públicos?", questionou.
Em reuniões na Assembleia da República, o ministro das Finanças, João Leão, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, recebem hoje os partidos "ao abrigo do Estatuto do Direito de Oposição" nas habituais reuniões que antecedem a entrega da proposta do executivo, que dará entrada no parlamento no dia 11 de outubro.
O PSD, o BE, o PCP, o CDS-PP, o PAN, o PEV, o Chega e a Iniciativa Liberal já foram recebidos durante a manhã. Para a tarde, pelas 16:30, estão marcados os encontros com as duas deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira, respetivamente.
A votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 está marcada para 27 de outubro e a votação final global do documento agendada para 25 de novembro.
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