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Vítima de Jeffrey Epstein processa psiquiatra por alegado tráfico sexual

Luana Augusto
Luana Augusto 04 de junho de 2024 às 11:35
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Mulher terá sido enviada para tratamento pisquiátrico, depois de ter sido alegadamente violada por Epstein. Agora, alega que foi uma “escrava sexual moderna” do psiquiatra, que era "amigo" do magnata.

Uma das vítimas de abuso sexual por parte do falecido empresário norte-americano Jeffrey Epstein entrou na passada segunda-feira com uma ação legal contra Henry Jarecki. A antiga modelo alega que o famoso psiquiatra, que era "amigo" do magnata, a tornou numa "escrava sexual moderna".

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Na queixa apresentada ao tribunal federal de Manhattan, nos Estados Unidos, a demandante - que mantém o anonimato e é identificada no processo como Jane Doe 11 (uma referência ao número de denunciantes) -, afirmou que Henry Jarecki, de 91 anos, a "violou repetidamente" entre 2011 e dezembro de 2014, depois de Epstein, que sesuicidou na prisão de Nova Iorque em 2019, a ter encaminhado para tratamento pisquiátrico.

A queixosa garante que Henry era o médico preferido de Epstein, e que assim como ela, também outras jovens que sofriam de depressão, terão sido tratadas por este psiquiatra de forma confidencial, a fim de "evitar atenção indesejada sobre o abuso sexual de Epstein contra essas jovens", alega no processo.

"Jarecki também entendeu que as mulheres que Epstein estava a enviar estavam sob o controle de Epstein, e o próprio Jarecki poderia tentar abusar sexualmente delas sem risco de ser denunciado", lê-se no processo, a que oThe Wall Street Journalteve acesso.

Contudo, a advogada do médico, Sarita Kedia, já veio a desmentir as acusações. "As alegações serão demonstradas como totalmente falsas e infundadas. O Dr. Jarecki nunca se envolveu em qualquer conduta abusiva com o reclamante ou qualquer outra pessoa", disse em declarações ao canal de televisão americano CNBC.

Com a ação civil, Jane espera agora conseguir uma indemnização compensatória e punitiva, por alegada agressão sexual, sofrimento emocional intencional e violação da lei federal de Proteção às Vítimas de Tráfico.

"Este é um processo importante movido por uma jovem corajosa que temos a honra de representar", disse num e-mail à CNBC, Brad Edwards, advogado da denunciante. "Esperamos que a sua bravura encoraje outros a sentirem-se seguros em avançar."

Este processo surge um ano depois do mesmo advogado ter conseguido um acordo de 290 milhões de dólares (€266 milhões) por parte do gigante bancário JPMorgan Chase, acusado de beneficiar e facilitar a operação de tráfico sexual de Epstein.

Henry Jarecki é o mais recente acusado pelas suas ligações com o falecido agressor sexual. Antigo membro do corpo docente da Universidade de Yale, já recebeu o Prémio Humanitário Pardes em Saúde Mental, da Brain&Behavior Research Foundation, em novembro do ano passado.

Na década de 1980, Henry foi apelidado de "o reitor do mercado de ouro americano" peloNew York Times, devido ao seu papel como presidente da Mocatta Metals Corp. Em 1999, tornou-se rico ao vender, juntamente com o seu filho, a MovieFone – um serviço de informações sobre filmes americanos – à America Online, por 388 milhões de dólares em ações (€355 milhões).

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