Têm um património líquido avaliado em 37 mil milhões de libras (43 mil milhões de euros). Quatro membros da família foram condenados a penas de prisão de quatro anos por exploração de funcionários indianos.
Quatro membros da família mais rica do Reino Unido foram condenados à prisão por exploração laboral de funcionários trazidos da Índia para Genebra, na Suíça.
O magnata Prakash Hinduja, a sua esposa Kamal Hinduja, o filho Ajay e a nora Namrata foram considerados culpados por um tribunal suíço por explorar e dar emprego ilegal a trabalhadores domésticos na sua mansão na Suíça. Foram condenados com penas que variam entre os quatro anos, e os quatro anos e seis meses de prisão.
Contudo, os advogados que representam os réus anunciaram que pretendem recorrer da decisão do tribunal. "Estou chocado. Vamos lutar contra isso até o fim", disse Robert Assael, o advogado da família Hinduja, à saída do tribunal.
Ainda que Prakash Hinduja, de 78 anos, e Kamal Hinduja, de 75 anos, não tenham comparecido em tribunal, devido a alegados problemas de saúde, todos conseguiram ser absolvidos da maior acusação que enfrentavam: tráfico humano.
Os Hinduja foram dados como culpados de confiscar os passaportes de três trabalhadores trazidos da Índia, proibindo-os de sair da mansão localizada no bairro rico de Cologny, e obrigando-os a trabalhar 18 horas por dia. Os funcionários recebiam entre 220 e 400 francos suíços por mês (229 a 417 euros) - menos de um décimo do montante exigido pela lei suíça - o que levou os procuradores a alegar, durante o julgamento, que a família gastava mais dinheiro com o cão do que com os empregados. Os contratos nada diziam sobre folgas ou horários. Os trabalhadores dormiam na cave, num colchão posto no chão.
A defesa, no entanto, afirmou que os trabalhadores recebiam amplos benefícios, que não eram mantidos em isolamento e eram livres para sair do bairro. Os funcionários "estavam gratos aos Hinduja por lhes oferecerem uma vida melhor", argumentou Robert Assael.
REUTERS
Quem são os Hinduja?
Em 1914, Parmanand Deepchand Hinduja fundou um negócio de troca de bens em Shikarpur, na então Índia britânica - agora Paquistão. O negócio tornou-se no Grupo Hinduja, uma empresa multinacional com grandes participações na indústria automóvel, banca, petróleo e gás, imobiliário e cuidados de saúde. O primeiro país para onde se expandiu foi o Irão.
O Grupo Hinduja é hoje proprietário do hotel de luxo Raffles, em Londres, no antigo edifício governamental histórico Old War Office – usado por Churchill durante a Segunda Guerra Mundial. Devido a este facto, em maio de 2024 a família liderou a lista das pessoas mais ricas no Reino Unido de acordo com o jornal Sunday Times, com um património líquido avaliado em 37 mil milhões de libras (43 mil milhões de euros). Foram ainda classificados entre as 20 famílias mais ricas da Ásia.
Hoje, o império Hinduja é administrado por três irmãos: Gopichand, Prakash e Ashok. Gopichand, que se encontra em Londres, concentra-se nos interesses do grupo na Europa e na América, Prakash supervisiona as operações europeias a partir de Genebra, e Ashok gere os empreendimentos do grupo na Índia a partir de Mumbai. O irmão mais velho, Srichand Hinduja - que era presidente adjunto do Grupo Hinduja - morreu em maio de 2023, aos 87 anos.
Desde 2000 que Prakash Hinduja tem nacionalidade suíça, concedida após ter declarado residência no país nos anos 80 do século passado.
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