Sábado – Pense por si

Ex-namorada de Antony acusa futebolista de múltiplas agressões

Márcia Sobral
Márcia Sobral 05 de setembro de 2023 às 17:01
As mais lidas

Jogador do Manchester United está a ser investigado pela Polícia Civil de São Paulo e pelas autoridades inglesas. Processo deixou-o de fora da seleção brasileira.

Foi em junho deste ano que Gabriela Cavallin, ex-namorada do futebolista brasileiro Antony, apresentou uma queixa contra o companheiro por violência doméstica, ameaça e agressão. Três meses mais tarde o caso ganha nova dimensão depois de terem sido publicadas mensagens trocadas entre o ex-casal.

Redes Sociais / Twitter

Nas capturas de ecrã, divulgadas peloPortal UOL, é possível ler várias palavras escritas pelo jogador onde este chama a ex-namorada de "nojenta" e diz que espera que esta "morra". Mas segundo a jovem os episódios de agressão, verbal e física, foram muito além de mensagens.

Ementrevista ao site brasileiro, ainfluencere DJ de apenas 23 anos descreveu alguns episódios que envolveram "ofensas, puxões de cabelos, socos, cabeçadas e ameaças" levadas a cabo pelo jogador. Um dos incidentes terá ocorrido numa festa, em São Paulo, em que o futebolista terá puxado a jovem pelos "braços e cabelos" quando esta se encontrava grávida de 17 semanas. Tempos mais tarde viria a perder o bebé.

Mas as discussões terão ocorrido maioritariamente no Reino Unido e "piorado" em fevereiro, altura em que o atleta teve "alguns problemas no clube", o Manchester United, por não estar a dar "aquilo que esperavam dele". Inicialmente, Antony começou por "atirar e partir diversos objetos" mas, rapidamente escalou para agressões.

Segundo a DJ durante a relação, que terá durado perto de dois anos, foram frequentes as vezes em que o jogador dizia ter "ciúmes" e obrigava a namorada a "isolar-se". Gabriela disse à imprensa que não podia ter aulas, dar espetáculos ou trabalhar e revelou ainda que, quando o casal não estava junto, era obrigada a dormir em permanente videochamada para que o jogador tivesse a certeza que ela estava sozinha e em casa.

"Se alguém curtisse minha foto, ele brigava. Se a gente saísse para algum restaurante e me levantasse sozinha para ir à casa de banho, ele achava ruim. Se fosse a alguma festa com ele, cumprimentasse alguém, ele queria bater-me. Não podia mais sair sem ele", disse ao Portal UOL.

A influenciadora digital terá ainda sido obrigada, por duas vezes, a intervenções cirúrgicas depois das agressões. Num dos episódios acusa o jogador de lhe ter dado um "soco no peito" que fez o seu "silicone virar". Noutra, diz que Antony lhe atirou um copo de vidro à cara que a acabou por deixar com vários cortes numa das mãos.

Nesse dia, o jogador recusou que a ex-namorada fosse socorrida e terá sido o seu fisioterapeuta a levá-la a um hospital. Gabriela diz que o episódio foi a gota de água que a fez voltar ao Brasil por ter "medo de não conseguir sair de casa" e de ser assassinada. Sobre a denúncia refere que apenas apresentou queixa mais tarde, quando percebeu que Antony estava a ir para o país de férias.

Até ao momento o Manchester United ainda não se pronunciou sobre o caso. Atitude diferente teve a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que anunciou, esta segunda-feira, a desconvocação do futebolista nos jogos contra Bolívia e Peru de forma a preservar "a suposta vítima, o jogador, a Seleção Brasileira e a CBF". Em comunicado, avançaram que será Gabriel Jesus, do Arsenal, que substituirá Antony nos jogos para as eliminatórias do Campeonato do Mundo de 2026.

Já Antony garante que tudo não passa de "falsas acusações", diz estar "inocente" e a colaborar com as autoridades. Numa publicação no Instagram confirmou que a relação com a ex-namorada era "tumultuada, com ofensas verbais de ambos os lados" mas garante "jamais pratiquei qualquer agressão física".

Antony/Instagram

Acusa ainda Gabriela de, "em depoimento ou em entrevista", apresentar "uma versão diferente das acusações" e diz estar "à inteira disposição das autoridades brasileiras para esclarecer o que for necessário".

Artigos Relacionados
Ajuizando

Naufrágio da civilização

"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".