Ex-advogado pessoal de Trump prepara-se para ser a principal testemunha num caso em que o republicano é acusado pela prática de 34 crimes de falsificação de documentos. Michael Cohen tentou ocultar os vários envolvimentos sexuais de Trump.
Michael Cohen, o "faz-tudo" de Trump que se tornou seu inimigo, já começou a testemunhar no julgamento do ex-presidente dos EUA. Donald Trump está a ser julgado por 34 crimes de falsificação de documentos relacionados e no centro da batalha legal estão os pagamentos feitos por Cohen à atriz pornográfica Stormy Daniels, para esconder um relacionamento extraconjugal do ex-presidente dos EUA.
Até agora, relatou em tribunal como Trump lhe ofereceu um emprego depois de Cohen lhe ter apresentado uma conta de 100 mil dólares (93 mil euros) por trabalhos feitos para uma das empresas. "Senti-me honrado. Fui apanhado de surpresa, e concordei", relatou, acrescentando que Trump nunca pagou a conta. Em tribunal, identificou o ex-presidente dos EUA.
Afirmou ainda que era o "faz-tudo" de Trump, tomando conta "do que ele quisesse". Reportava diretamente a Trump e nunca fez parte do gabinete do conselho-geral da Trump Organization. Entre os seus deveres, estava a renegociação de contas, ameaças de processos a pessoas e plantar histórias positivas na imprensa. Segundo Cohen, Trump sempre comunicou via telefone ou em pessoa, e nunca criou uma conta de email: "Ele comentava que os emails eram como documentos escritos, e sabe que demasiadas pessoas caíram como resultado direto de ter emails que os procuradores usaram."
REUTERS/Mike Segar
De advogado a condenado
Michael Cohen é a principal testemunha deste caso. O antigo advogado foi quem realizou a transferência bancária para a conta da atriz, de forma a impedi-la de revelar um alegado envolvimento sexual com o presidente norte-americano e documentos mostram como foi posteriormente reembolsado por Trump, numa série de 12 parcelas.
Em 2016, durante os últimos meses de campanha presidencial, Michael Cohen foi ainda o responsável por reprimir outra história negativa que envolvia Donald Trump.
Reuters
Karen McDougal, modelo daPlayboye antiga colega de Stormy Daniels, terá demonstrado interesse em falar com a imprensa acerca de um alegado caso que teve com Donald Trump em 2006 - quando o antigo presidente já era casado com Melania. Na altura, Cohen foi um dos responsáveis pelo desaparecimento do episódio, ao conseguir que uma revista comprasse os direitos da história, mas não a publicasse.
Contudo, depois da eleição de Trump, as coisas começaram a complicar-se para Cohen, que foi alvo de buscas por parte do Departamento Federal de Investigação (FBI). O FBI descobriu várias provas dos pagamentos feitos por Cohen na sua caixa de email. Após as buscas, Trump assegurou a Cohen que o iria apoiar: mas foi a última vez que falaram, recorda a ABC News. O então presidente dos EUA deixou mesmo de pagar as despesas legais de Cohen, deixando-o com uma conta de mais de um milhão de dólares em despesas legais.
Então, Michael Cohen decidiu voltar-se contra o seu antigo chefe e contactou os investigadores. Estes afirmaram que aceitariam a sua ajuda, caso admitisse crimes cometidos como fraude bancária, fuga aos impostos e violação das leis federais de campanha. Apesar de ter considerado as alegações injustas, decidiu aceitar a proposta, já que o ameaçaram de indiciar a sua mulher.
Cinco meses após as buscas do FBI, Cohen declarou-se culpado de todos os crimes, mas segundo a ABC News, funcionários do Departamento de Justiça nomeados por Trump retiraram o máximo possível de referências ao antigo presidente dos EUA nos documentos legais. Michael Cohen foi condenado a três anos de prisão.
O antigo advogado - expulso da Ordem - já contou a sua história em várias entrevistas e em dois livros - um deles intitulado deVingança: como Donald Trump armou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra os seus críticose tem agora um podcast com o nomeMea Culpa. Hoje, continua o seu relato em tribunal.
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