O cardeal e poeta madeirense, presidente das cerimónias deste ano, diz que o escritor de Lusíadas nos ofereceu o "mais extraordinário mapa mental do Portugal do seu tempo" e abriu caminho para todo um povo na "navegação interior que é a poesia".
Foi numa cerimónia "pequena e simbólica" que o cardeal e poeta madeirense Tolentino Mendonça discursou no Mosteiro dos Jerónimos, após ser escolhido por Marcelo Rebelo de Sousa para presidir às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, onde apenas discursou também o Presidente da República e onde estiveram apenas seis convidados.
D. José Tolentino de Mendonça começou por iniciar o seu discurso com uma reflexão sobre a Ilha da Madeira, citando o poeta Herberto Hélder, e assumiu-se como apenas mais representante da comunidade portuguesa, "mais 1 entre os 10 milhões de portugueses".
De seguida, Tolentino de Mendonça indicou que o 10 de junho serve também para comemorar Camões, por nos ter oferecido o "mais extraordinário mapa mental do Portugal do seu tempo", tendo aberto caminho para todo um povo na "navegação interior que é a poesia"."Camões desconfinou Portugal", disse, referindo que os Lusíadas nos levam "de mar até à Índia e por terra até longe".
Evocando Camões, o cardeal falou ainda no tema do desconfinamento, definindo-o como "não só simplesmente voltar a habitar o espaço", mas sim "habitá-lo plenamente": "É poder modelá-lo de forma criativa com forças e intensidade novas. Sentir-se protagonista de um projeto mais amplo que a todos diz respeito".
Tolentino falou ainda da fase difícil que o mundo atravessa, referindo que "não há viagens sem tempestades" nem "itinerário histórico sem crises". "Não há super países como não existem super homens".
O cardeal Tolentino Mendonça avisou ainda que "a vida é um valor sem variações", defendendo o relançamento da aliança intergeracional para ajudar os idosos, as "principais vítimas da pandemia", a serem "mediadores de vida para as novas gerações".
Na perspetiva do cardeal, é preciso "reforçar o pacto comunitário", o que implica "relançar a aliança intergeracional" porque o pior que "podia acontecer seria arrumar a sociedade em faixas etárias". "A tempestade provocada pela covid-19 obriga-nos a refletir sobre a situação dos idosos em Portugal e desta Europa. Eles têm sido as principais vítimas da pandemia", lamentou.
Para Tolentino Mendonça, é preciso "rejeitar firmemente a tese de que uma esperança de vida mais breve determina uma diminuição do seu valor intrínseco" porque "a vida é um valor sem variações". "Uma raiz do futuro de Portugal passa por aprofundar a contribuição dos seus mais velhos, ajudando-os a viver e a assumir-se como mediadores de vida para as novas gerações", defendeu.
Tolentino Mendonça evoca Camões no 10 de junho: "Desconfinou Portugal"
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