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Áudio de entrevista para o livro "Dias de Raiva" prova como o líder do Chega afirma ter-se sentido enganado pelo líder socialista enquanto eleitor. "De facto, via-o com firmeza, coragem. Gostava da forma de ele se exprimir e tudo. Enganou-me uma vez, mas não me enganou mais."
Foi um dos momento mais tensos da noite. No fim do debate presidencial entre João Cotrim Figueiredo, candidato presidencial apoiado pela Iniciativa Liberal, e André Ventura, candidato apoiado pelo Chega, ambos trocaram uma série de farpas.
João Cotrim Figueiredo: Fala tanto das elites, mas não fui eu que fui inspetor tributário a dar conselho a milionários de como fugir aos impostos. Isso é que é trabalhar com as elites. Não fui eu que fui chamado, via minha atividade, a testemunhar em tribunal sobre um caso de vistos Gold em tinha dado um parecer positivo à isenção de IVA - e do outro lado estava quem? Lalanda de Castro, grande amigo de José Sócrates. Mas isto não é surpresa: tu já confessaste que votaste no José Sócrates.
André Ventura: Isso é falso. Nunca confessei, isso é falso, é mais notícias falsas que andam a espalhar.
JCF: A sério? Saiu num livro e num jornal.
AV: De livros, a maior parte sobre o Chega são falsos.
O líder do Chega mente. O caso tem origem no livro Dias de Raiva - Os Segredos da Ascensão de André Ventura (2024, Manuscrito). Na página 33, no capítulo dedicado às origens do líder político, o candidato do Chega explica como viu com entusiasmo a maioria absoluta de José Sócrates, um homem que via com "firmeza, coragem", ocasião em que diz ter votado nele.
A primeira vez que Ventura revelou o sentido de voto foi ainda em 2017, enquanto candidato do PSD à Câmara Municipal de Loures. Em conversa com o jornalista da SÁBADO (e autor deste livro), afirmou: "Era jovem e parecia uma voz do povo. Aqui entre nós, fui um dos muitos que votou nele." Volvidos quatro anos, em entrevista dedicado para o livro, o tema surgiu novamente:
Alexandre Malhado: Havia dentro do PS um discurso populista, na medida em que tivemos o líder José Sócrates.
André Ventura: Enganou-me a mim.
AM: Pois, exato. Chegaste a votar e lembro-me de teres dito que te enganou.
AV: Mas enganou mesmo. Foi o único líder socialista que me enganou. Porque na altura, de facto, via-o com firmeza, coragem. Gostava da forma de ele se exprimir e tudo. Mas depois com a questão da licenciatura e do caso Freeport, fiquei com um pé atrás. Enganou-me uma vez, mas não me enganou mais.
Pode ouvir o áudio deste trecho aqui:
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Entrevista a André Ventura em 2021 para o livro Dias de Raiva.
Em 2015, no seu próprio livro livro Justiça, Corrupção e Jornalismo — Os Desafios do Nosso Tempo, André Ventura classificou Sócrates como um homem "capaz de lutar contra os interesses instalados" e admite que chegou "a ser influenciado por este movimento" do antigo secretário-geral socialista. "José Sócrates foi um político que me convenceu no seu início, não tanto como secretário de Estado do Ambiente, uma vez que não tive tanto contacto com essa realidade, mas como líder do Partido Socialista. Primeiro, contra João Soares e Manuel Alegre e, depois, como candidato a primeiro-ministro nos seus primeiros anos, tendo-me aparecido como um homem íntegro, como um homem firma nalgumas decisões, capaz de lutar contra interesses instalados, mas o que é que se revelou no fim!?" Na mesma página, os elogios continuam: "José Sócrates era mestre nas encenações, todos os grandes congressos do Partido Socialista sobre José Sócrates continham uma ovação quase estalinista, em que estávamos perante grandiosos cenários, o hino nacional. José Sócrates apareceu quase como salvador da pátria." Há dez anos, concluía que "temos de ser mais exigentes com a democracia, mais exigentes com a verdade."
O debate entre o deputado André Ventura, candidato presidencial apoiado
pelo Chega, e o eurodeputado João Cotrim Figueiredo, apoiado pela
Iniciativa Liberal (IL), foi tenso e pessoal.
Ambos eleitos deputados únicos ao mesmo tempo, em 2019, liderando
partidos recém-criados a ganhar assento parlamentar, foi uma disputa
entre velhos rivais. “Acho que o maior erro da vida do João foi ter
deixado a liderança da IL para ir ter uma reforma dourada em Bruxelas",
acusou Ventura. “Tenho uma reforma dourada tão boa que decidi
candidatar-me a Presidente da República”, respondeu o liberal. Além da
Lei da Nacionalidade e Ucrânia — “Não quero mandar para lá tropas como
tu”, atirou Ventura —, discutiram com informalidade, num "tu cá, tu lá",
a idade de Cotrim FIgueiredo, pedofilia no Chega e o passado de André
Ventura enquanto inspetor da autoridade tributário.
Sim, André Ventura admitiu que já votou em José Sócrates
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