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PSD diz que arquivamento do caso Spinumviva confirma decisão do país nas eleições

Lusa 17 de dezembro de 2025 às 19:51
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Hugo Soares garante que o primeiro-ministro é sério e "à prova de bala".

O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, disse esta quarta-feira que o arquivamento da averiguação preventiva à Spinumviva confirma a escolha do "país real" nas últimas legislativas, acrescentando que o primeiro-ministro é sério e "à prova de bala".

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"Eu encaro esta decisão do Ministério Público com total naturalidade. Creio que saberão, que nós nunca tivemos dúvidas, que Portugal tinha um primeiro-ministro sério. Usei a expressão várias vezes que aqui quero repetir: um primeiro-ministro à prova de bala. Um primeiro-ministro que é um homem como qualquer portuguesa ou qualquer português que nos está a ouvir", afirmou.

Hugo Soares falava aos jornalistas, no parlamento, sobre o arquivamento da averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que foi hoje anunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O líder da bancada do PSD defendeu que, mais do que analisar a demora da decisão, o importante é que a "Justiça funcione em todas as circunstâncias" e que esta decisão do Ministério Público revela "um afastamento cada vez maior entre o país real", que deu a vitória à AD nas últimas legislativas, e "o país político-partidário".

"O país real demonstrou nas eleições que não tinha dúvidas sobre o caráter, sobre a idoneidade, sobre a seriedade e sobre o projeto político de Luís Montenegro. Foi isso que esteve em causa nas últimas eleições legislativas. E hoje a Justiça, que fez o seu trabalho, atesta precisamente aquilo que o país real já tinha dito", considerou.

Questionado sobre o facto de este caso ter levado à dissolução do parlamento e novas eleições, Hugo Soares respondeu que quem "derrubou o Governo que estava a resolver a vida das pessoas" é que deve ser inquirido sobre essa matéria.

O social-democrata disse também que "ninguém achou, do lado do PSD, que eram as eleições que resolviam o problema Spinumviva", e que esse papel cabia ao Ministério Público, acrescentando que é altura de o país se questionar sobre as responsabilidades das pessoas que entenderam "no seu livre-arbítrio, sem fundamento, sem qualquer tipo de razão, fazer denúncias ao Ministério Público sobre um primeiro-ministro".

"Podemos encarar isso com normalidade ou podemos estranhar as intenções. O que sabemos é que o Ministério Público fez o seu trabalho e com naturalidade decidiu. E eu devo-vos dizer que (...) se a decisão tivesse sido outra, era com a mesma naturalidade que eu aqui estava. Porque a nossa preocupação foi, desde o primeiro minuto, resolver os problemas dos portugueses", garantiu.

Sobre se esta decisão reforça a legitimidade do executivo liderado por Luís Montenegro, o deputado do PSD disse que o primeiro-ministro "saiu fortalecido quando o parlamento derrubou o Governo que ele chefiava e o país lhe deu uma maioria maior".

Hugo Soares, questionado sobre se este arquivamento dá mais condições para que se cumpra a legislatura até ao fim, disse que tem de ser a oposição a posicionar-se sobre isso.

"O objetivo de cumprir a legislatura, em prol da estabilidade política e de um Governo que está mesmo a transformar o país e a resolver o problema das pessoas, não se coloca nem com casos, nem com casinhos, nem com questões de justiça. Evidentemente que se estivéssemos a falar de questões que motivassem suspeitas gravíssimas, condenações, estávamos a falar de coisas diferentes", sublinhou.

O deputado concluiu que este caso, alimentado "por razões que ainda hoje não consegue descortinar", diz "muito pouco" aos portugueses.

Também o deputado do CDS-PP João Almeida reagiu afirmando que o arquivamento confirma a opinião dos centristas de que o primeiro-ministro "era digno de confiança e de que não recaía sobre ele nenhuma suspeita legítima da prática de qualquer ato ilícito".

O parlamentar pediu aos partidos que votaram a favor da demissão do Governo que se questionem sobre se "tiveram a prudência suficiente e se o país não podia ter sido poupado" à realização de novas eleições.

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