Sábado – Pense por si

Professores mantêm acções de luta porque nada está ainda resolvido

Mário Nogueira disse que a Fenprof tenciona esperar por desenvolvimentos durante o próximo mês e promover uma "grande manifestação nacional" de docentes em meados de Fevereiro.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) vai manter as acções de luta programadas na defesa da contagem do tempo de serviço dos professores, porque nada está ainda resolvido, disse esta quinta-feira à agência Lusa o secretário-geral da estrutura sindical.

Mário Nogueira disse que a Fenprof tenciona esperar por desenvolvimentos durante o próximo mês e promover uma "grande manifestação nacional" de docentes em meados de Fevereiro.

O veto presidencial ao diploma do governo que contava parcialmente o tempo de serviço congelado dos professores é encarado pelo líder sindical como "uma boa notícia", mas ainda não uma vitória.

Na quarta-feira, Mário Nogueira considerou "absolutamente adequada" e "correta" a decisão do Presidente da República e referiu que, no dia 3 de Janeiro, os docentes vão estar à porta do Ministério da Educação para dizer ao Governo: 'Estamos aqui para iniciar essa negociação'".

Os sindicatos de professores ameaçaram, na semana passada, "bloquear o normal desenvolvimento do ano lectivo" se o Governo não abrir negociações sobre a recuperação do tempo de serviço congelado, mas não só, até ao final de Janeiro.

Em conferência de imprensa em Lisboa, depois de terem estado reunidos com o Governo - que havia dado por encerradas as negociações com os professores -- os sindicatos unidos em plataforma deixaram um ultimato ao Ministério da Educação (ME), dizendo que cabe ao executivo "escolher o que quer fazer" e que se durante o mês de Janeiro não forem reabertas negociações -- relativas ao tempo de serviço, mas também aposentação, horários e precariedade -, haverá consequências para o "normal desenvolvimento do ano lectivo".

Falando em nome da plataforma, Mário Nogueira, disse que as medidas que podem vir a bloquear o ano lectivo estavam a ser discutidas pelos sindicatos e em fase de recolha de sugestões dos professores.

Ainda para 3 de Janeiro está previsto o reinício da greve a todo o trabalho que não esteja previsto no horário de trabalho de 35 horas semanais, nos mesmos moldes em que esta decorreu ao longo de todo o 1.º período escolar.

A 9 de Janeiro os sindicatos são ouvidos na Assembleia da República, pela comissão parlamentar de Educação.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.