Nuno Mascarenhas esteve detido seis dias. Para já, o juiz de instrução decidiu que o autarca fica com termo de identidade e residência, descartando nesta fase os indícios apresentados pelo Ministério Público de que seria suspeito de tráfico de influência e de corrupção passiva.
O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, arguido na Operação Influencer, disse esta terça-feira estar inocente e prometeu continuar a colaborar com a justiça "ao longo de todo o processo".
Luís Guerreiro/Cofina Media
"Estes foram dias muito difíceis, marcantes, com impacto na minha vida pessoal e familiar, nos quais o meu papel foi, e só podia ser, o de colaborar com a justiça", afirmou o autarca.
Ao ler uma breve declaração no Salão Nobre dos Paços do Concelho, acompanhado pelos outros três eleitos da maioria do PS no município, Mascarenhas asseverou que prestou "todos os esclarecimentos" que lhe foram solicitados pelas autoridades.
"Estando inocente, como estou, foi com a serenidade possível que lidei com toda esta situação, convicto de que sempre pautei a minha conduta de presidente da Câmara Municipal de Sines na prossecução do interesse público inerente ao exercício das funções para as quais fui eleito", afirmou.
Segundo o autarca, que esteve detido durante seis dias, no âmbito desta investigação judicial que incide sobre negócios relacionados com lítio, hidrogénio verde e a construção de um centro de dados, cabe-lhe manter a reserva, uma vez que o processo "continua a decorrer".
"A verdade, em bom rigor, é que a justiça falou e decidiu, nesta fase, afirmar a minha inocência", argumentou Nuno Mascarenhas (PS).
A Operação Influencer, que se tornou pública há uma semana pelo Ministério Público (MP), envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas, uma delas o presidente da Câmara de Sines.
Os outros foram o agora ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escária, o consultor Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa, e os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.
Os cinco detidos acabaram por sair em liberdade na segunda-feira, por decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal, que aplicou somente uma caução de 150 mil euros e a proibição de sair do país a Diogo Lacerda Machado, tendo esta última medida de coação sido igualmente imposta a Vítor Escária.
Por sua vez, o autarca de Sines e os dois administradores da Start Campus, empresa construtora de um centro de dados naquela cidade do litoral alentejano, ficaram somente com termo de identidade e residência.
No total, há nove arguidos no processo, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus (que foi sujeita a uma caução de 600 mil euros).
O primeiro-ministro, António Costa, é alvo de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos no processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines (entre outros negócios) terem invocado o seu nome como tendo tido intervindo para desbloquear procedimentos.
O MP considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo centro de dados, de acordo com a indiciação. No dia da demissão, Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável".
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