A OCDE afirma que a carreira é pouco atrativa numa fase inicial. Portugal é ainda dos países com docentes mais envelhecidos.
A falta de professores é um dos principais problemas da educação a nível nacional. E esse problema só tem tendência a agravar-se, afirma o relatório Education at Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Portugal é um dos países com os professores mais envelhecidos e um dos que tem maior dificuldade em recrutar novos docentes. Portugal continua atrás da média da OCDE em percentagem de população que terminou ensino secundário e ensino superior, mas continua a aproximar-se dessa meta.
OCDE alerta para a falta de professores em Portugal devido aos baixos salários.
José Gageiro/Movephoto
Um dos problemas que afeta Portugal mas também outros países da OCDE é a falta de professores. O relatório chama a atenção para o envelhecimento da classe: "Em Portugal a percentagem de professores com 50 ou mais anos no ensino básico e secundário aumentou de forma significativa entre 2013 e 2023 e já excede os 50% em 2023". Os dados incluem todos os níveis de ensino, do básico ao superior, de instituições públicas e privadas.
O relatório refere que os baixos salários é o principal motivo que afasta os candidatos da carreira docente. O salário de entrada é um dos mais baixos da OCDE, apesar do salário de topo estar acima do pago na média da OCDE. O valor é superior quando se olha para os professores universitários.
O comité por trás do relatório refere que o envelhecimento dos profissionais é um obstáculo a aumentar o salário de entrada, já que há muitos professores em topo de carreira, recebendo salários mais altos que esgotam os orçamentos a gastar com pessoal.
Portugal abaixo da média da OCDE
O número de estudantes que conclui um grau de ensino superior/superior técnico aumentou em Portugal, mas continua a ser inferior à média da OCDE. O relatório dá conta que entre 2019 e 2024 cresceu de 38% para 43% a percentagem de adultos entre os 25-34 anos com qualificações superiores. Porém, o valor total continua a ser inferior à média da OCDE que cresceu de 45% para 48%.
Mas onde Portugal diverge mais da OCDE em níveis de qualificações é no que diz respeito à percentagem de população que não terminou o ensino secundário: 38% da população tem um nível de escolaridade inferior ao secundário, enquanto a média da OCDE é de 19%, ou seja, metade da percentagem nacional.
Outro índice onde o País continua atrás da OCDE é na percentagem de pessoas inscritas em programas vocacionais. Enquanto a média na OCDE em 2023 é de 7%, em Portugal essa percentagem é de 4%, quando em 2013 era de 9%. O estudo atribui esta queda aos cortes no financiamento de educação para adultos, incluindo o fim do programa Novas Oportunidades e o encerramento de centros de ensino para adultos.
O estudo faz ainda uma caracterização laboral dos trabalhadores que completaram o ensino superior e que ganham, em média, 74% mais do que um trabalhador que tenha apenas o ensino secundário, um fosso muito superior ao da média da OCDE (que se situa nos 34%).
Outro indicador no qual Portugal está abaixo da média é o que diz respeito aos custos por aluno. O custo de um aluno em Portugal é de 12.956 dólares enquanto a média da OCDE é de 15.023 dólares por aluno. No entanto, em níveis relativos, Portugal está entre os países com maior percentagem de custos por alunos considerando o PIB (Portugal gasta cerca de 29% do seu PIB em educação, enquanto a média da OCDE é de 25% do PIB).
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Num mundo incerto e em permanente mudança, onde a globalização e a tecnologia redefinem o modo de conceber e fazer justiça, as associações e sindicatos de magistrados são mais do que estruturas representativas. São essenciais à vitalidade da democracia.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.