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Os jovens salazaristas da jota do Chega

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 07 de julho de 2023 às 20:00

Um acha que o 25 de Abril foi “traição”, outro diz que José Pinto-Coelho deveria ser deputado e não gosta de apresentadores brasileiros. E quando o antigo ditador faz anos, dão os parabéns ao “melhor português de sempre”.

Tanto são fãs de Salazar como de Andrew Tate. Militam no Chega e, enquanto influencers, estão a importar o que youtubers norte-americanos ultraconservadores fazem. Vários militantes da Juventude Chega, alguns deles dirigentes locais, têm ganho popularidade assim. “Dia da Raça portuguesa. Fomos grandes, voltaremos a ser”, escreveu no Twitter Francisco Araújo, dirigente da jota no Porto, no dia 10 de junho, referindo-se à designação do dia nacional durante o Estado Novo. Já no aniversário de Salazar, tinha afirmado: “Gostem ou não, nasceu há 134 anos aquele que é considerado ‘o maior português de sempre’”, expressão reforçada por João Antunes, da jota em Coimbra. “Nunca roubou, desenvolveu o País como ninguém. Pôs Portugal primeiro. Simples, honesto, trabalhador”, afirmou. “Viva Salazar.” Umas semanas depois, Antunes escreveria: “Fazer Angola nossa outra vez!”

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