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Ordem dos Médicos pede justiça e PCP critica "cancro" da corrupção

"Desconheço os contornos. Não tenho nenhuma informação privilegiada nessa matéria", ressalvou o bastonário José Manuel Silva, sobre as buscas relacionadas com o negócio do plasma sanguíneo

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) apelou hoje a que se faça justiça, sendo acompanhado pelo secretário-geral do PCP, após uma reunião de trabalho, em Lisboa, ao comentar a operação em curso sobre eventual negócio ilícito de plasma.

"Desconheço os contornos. Não tenho nenhuma informação privilegiada nessa matéria", ressalvou José Manuel Silva.

Ainda assim, o bastonário da OM declarou: "Faça-se justiça" porque "Portugal precisa que se combata a corrupção, de mais transparência".

"A corrupção é o cancro do nosso sistema. Combata-se a todos os níveis, também na saúde, doa a quem doer", disse, depois de esclarecer que o encontro com os comunistas serviu para dar a conhecer a posição da Ordem dos Médicos sobre a lei dos actos em saúde e o subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma vez que "sem ovos e sem pessoas não se fazem omeletes".

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, também afirmou não ter "informação segura e certa" sobre o caso, mas defendeu um "princípio fundamental - se há suspeitas investigue-se, apure-se e julgue-se".

"Não queria fazer julgamentos precipitados. Que se combata este fenómeno de corrupção que existe no nosso país", declarou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou hoje que estão em curso mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, e outras em território suíço, numa investigação ao negócio do plasma.

De acordo com uma nota da PGR, as buscas domiciliárias e não domiciliárias em Portugal decorrem na área da Grande Lisboa e do grande Porto.

Além dos estabelecimentos oficiais ligados à área da saúde, duas das buscas realizam-se em escritórios e locais de trabalho de advogados.

No decurso destas diligências foi, igualmente, efectuada uma detenção, que uma fonte ligada ao processo confirmou ter sido Cunha Ribeiro, ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

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