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OE2021: Costa acusa BE de se ter posto "ao fresco" e de "oportunismo"

O primeiro-ministro não poupou nas palavras para apontar ao antigo parceiro de 'geringonça', mas avisou que "os portugueses percebem bem o que é este tipo de oportunismo".

O primeiro-ministro, António Costa, acusou hoje o BE de se ter posto "ao fresco" no voto contra o Orçamento do Estado para 2021, avisando que as pessoas não perdoam este tipo de "oportunismo", que considera um "erro gravíssimo".

"O Bloco de Esquerda partiu do seguinte pressuposto: o PCP declarou-se no Orçamento Suplementar indisponível para qualquer acordo, nós não estamos disponíveis para ser os únicos parceiros do Governo, sobretudo numa altura muito difícil onde com a pandemia, com a crise económica, com a crise social vamos viver momentos muito dificeis, o Governo vai ser muito impopular. Fiquem sozinhos com a vossa impopularidade. Nós vamo-nos pôr ao fresco", criticou António Costa, em entrevista à rádio Observador.

O primeiro-ministro não poupou nas palavras para apontar ao antigo parceiro de 'geringonça', mas avisou que "os portugueses são muito mais sábios do que aquilo que é a bolha político-mediática e percebem bem o que é este tipo de oportunismo".

"Não é por acaso que as sondagens estão a dar o BE em queda - seguramente não há de ser irreversível - porque as pessoas não perdoam o oportunismo", avisou.

Para Costa, "um primeiro-ministro não pode viver em estados de alma, tem de estar concentrado naquilo que é a sua missão", considerando que "não é uma questão de perdoar ou de não perdoar" porque é preciso "seguir em frente".

"Quem vier por bem é bem-vindo. Agora que o Bloco de Esquerda cometeu um erro gravíssimo, aí isso sim", respondeu apenas quando questionado sobre eventuais entendimentos futuros.

Na perspetiva do chefe do executivo, o partido liderado por Catarina Martins cometeu um erro político quer "na avaliação da correlação de forças" quer em perceber que, "mesmo sem o BE, o PS, o PCP, os Verdes, o PAN não desistem de responder aos problemas efetivos do país e que não estão aqui nem para ações de teatro nem para manobras políticas como foi aquela votação a meias com o PSD", referindo-se à proposta aprovada sobre o Novo Banco.

Questionado sobre o facto de também o PCP ter votado a favor da proposta do BE que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco, Costa disse apenas: "sim, mas o PCP foi coerente, quem deu aqui a grande cambalhota foi o PSD".

"O BE acho que cometeu um erro. Espero que reflita e que aprenda com os erros que cometeu. Faz parte do processo de maturidade política de todos", reiterou.

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