Urgências fechadas, grupos de WhatsApp para combinar inflação de preços, bases de dados suspeitas: como uma manobra orçamental de Sócrates viciou o SNS em prestadores e criou um negócio milionário para as multinacionais de recrutamento. Só este ano, até agosto, foram pagos €230 milhões. Uma única empresa já faturou €56 milhões, desde 2009.
“Há uma equipa de especialistas de obstetrícia e ginecologia que se desvinculou do hospital privado onde trabalhava” para reforçar a urgência do Garcia de Orta, em Almada, a partir de setembro. Isto prometeu a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, com um sorriso rasgado, no fim de julho numa entrevista em direto na SIC. A promessa envelheceu mal. A equipa do privado, afinal, não cumpriu com o que prometeu, e a governante “completamente desesperada e furiosa”, descreve fonte próxima, acordou com a administração deste hospital um paliativo: a contratação de médicos prestadores de serviços. Todavia, estes também não apareceram no sábado, dia 13. Duas fontes hospitalares e um prestador de serviços nesta unidade falam de uma tentativa concertada para mostrar à ministra – a trabalhar num projeto para limitar o acesso de alguns destes tarefeiros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) – a sua força. Se foi esta, de facto, a intenção, o ponto ficou provado: sem estes médicos a urgência fechou. Era a única urgência da península de Setúbal onde as grávidas podiam ser atendidas naquele fim de semana, obrigando-as a deslocarem-se até Lisboa.
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