Sábado – Pense por si

Não estava na agenda voltar à política ativa, mas Manuel Heitor continua no Governo

15 de outubro de 2019 às 21:28
Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
As mais lidas

Durante os últimos quatro anos, enfrentou em Portugal a contestação na rua dos cientistas precários e dos cientistas seniores em manifestos, que alegam falta de perspetivas de carreira e previsibilidade de financiamento, as queixas dos reitores, as reclamações de investigadores e bolseiros sobre atrasos nos concursos de contratação.

O ministroManuel Heitorvolta a assumir as pastas da Ciência, Tecnologia e do Ensino superior nonovo governo socialista de António Costa, que foi anunciado esta terça-feira.

Professor catedrático do Instituto Superior Técnico, Manuel Heitor foi empossado como ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior do primeiro governo de António Costa em 26 de novembro de 2015.

Em declarações à agênciaLusa, Heitor assumiu, na altura, como metas do seu mandato a recuperação da confiança da comunidade científica, o fim das "clivagens e fricções" entre universidades e o combate à precariedade laboral de docentes e investigadores.

Na altura, confessou que "não estava" na sua "agenda voltar à política ativa", embora realçando que pretendia "continuar a contribuir de forma decisiva" para que Portugal fosse "um país de ciência".

Manuel Heitor, de 61 anos, já tinha integrado um elenco governativo antes de iniciar o seu primeiro mandato como ministro em 2015.

O docente, doutorado em Engenharia Mecânica, ocupou as mesmas pastas, mas como secretário de Estado, entre março de 2005 e junho de 2011, nos governos socialistas liderados porJosé Sócratese quando era ministro da tutela José Mariano Gago, que morreu em abril de 2015.

Durante os últimos quatro anos, Manuel Heitor, que se multiplicou em contactos e deslocações no estrangeiro, enfrentou em Portugal a contestação na rua dos cientistas precários e dos cientistas seniores em manifestos, que alegam falta de perspetivas de carreira e previsibilidade de financiamento, as queixas dos reitores de subfinanciamento nas universidades, as reclamações de investigadores e bolseiros sobre atrasos nos concursos de contratação.

O próprio Manuel Heitor subscreveu a contestação dos cientistas ao assinar em 2018, na qualidade de investigador do Instituto Superior Técnico, o "Manifesto Ciência Portugal", por considerar que "mais financiamento" para o setor também era "uma luta" sua.

Manuel Heitor deixa do seu primeiro mandato a criação de legislação sobre o emprego científico, uma das suas bandeiras políticas, assim como a instalação do primeiro supercomputador em Portugal, a criação da Agência Espacial Portuguesa, o Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Centre) e a base espacial dos Açores para lançamento de pequenos satélites.

Natural de Lisboa, Manuel Heitor doutorou-se em 1985, em Engenharia Mecânica, no Imperial College de Londres, no Reino Unido, tendo feito, em 1986, um pós-doutoramento na Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos.

Entre 1993 e 1998, foi presidente-adjunto do Instituto Superior Técnico.

Antes de assumir em 2015 o cargo de ministro, Manuel Heitor dirigiu o Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento, IN+, que fundou em 1998, tendo liderado um movimento contra a política científica do ex-ministro da tutela Nuno Crato, do Governo PSD-CDS/PP de Passos Coelho.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

O resort mais rico e fechado

Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.

Cuidados intensivos

Regresso ao futuro

Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?