Mariana Mortágua considerou já que este caso "não retira legitimidade" política ao partido, que sempre teve como bandeira a defesa de direitos laborais, e recusou que a sua liderança esteja em causa com esta investigação.
A Mesa Nacional do BE reúne-se este sábado, 01, para preparar a próxima Convenção Nacional, num contexto conturbado para os bloquistas após a polémica sobre despedimentos no partido que estão a ser investigados pelo Ministério Público.
A reunião deste órgão máximo entre convenções tem como ponto único na ordem de trabalhos "dar início ao processo de preparação da XIV Convenção Nacional", que já está agendada para os dias 31 de maio e 01 de junho, em Lisboa.
Na última convenção, realizada em 27 e 28 maio de 2023, Mariana Mortágua foi escolhida pelo partido como coordenadora nacional, sucedendo a Catarina Martins que ocupou este cargo durante uma década e é atualmente eurodeputada.
Esta reunião da Mesa Nacional decorre num período difícil para o partido, após a polémica sobre os despedimentos no BE, entre 2022 e 2024, que incluem duas mulheres que tinham sido mães recentemente.
Em declarações à agência Lusa, na sexta-feira, o dirigente bloquista Pedro Soares adiantou que os eleitos da Mesa Nacional do BE pela lista opositora à da direção liderada por Mariana Mortágua vão propor na reunião de hoje a instauração de um inquérito interno com o objetivo de apurar "responsabilidades individuais e coletivas".
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Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a abertura de um inquérito para investigar estes despedimentos, estando em causa indícios de "falsificação de documentos à Segurança Social".
No mesmo dia, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, negou que o partido tenha cometido qualquer ilegalidade ou prejudicado a Segurança Social, e disse ver "com bons olhos" a investigação.
A líder bloquista já reconheceu que o partido cometeu erros na forma como estas duas trabalhadoras foram contactadas, uma delas enquanto estava em licença de maternidade, e admitiu a necessidade de o BE ter que rever procedimentos internos, mas sublinhou sempre que a lei foi cumprida.
De acordo com Mariana Mortágua, dos cinco despedimentos noticiados pela revista 'Sábado' na semana passada, entre 2022 e 2024, uma pessoa permanece a trabalhar no partido, outra era assistente local de um eurodeputado "e esse eurodeputado não foi eleito e esse vínculo extinguiu-se pelo Parlamento Europeu, automaticamente", e um terceiro caso é o de uma "pessoa que estava associada também ao grupo europeu de deputados do BE, que saiu por vontade própria".
Os restantes dois casos, de duas trabalhadoras que tinham sido mães há pouco tempo, fazem parte de um total de trinta despedimentos que o partido levou a cabo depois das legislativas de 2022, nas quais passou de 19 para cinco deputados e viu reduzida substancialmente a sua subvenção pública.
No caso destas duas trabalhadoras, o BE afirma ter chegado a um acordo para que a comissão de serviços não terminasse em março de 2022, como previsto, mas em dezembro desse ano, pelo facto de estas duas pessoas terem sido mães recentemente.
Mariana Mortágua considerou que este caso "não retira legitimidade" política ao partido, que sempre teve como bandeira a defesa de direitos laborais, e recusou que a sua liderança esteja em causa com esta investigação.
No espaço de comentário "Linhas Vermelhas", na SIC Notícias, no passado dia 27 de janeiro, a anterior coordenadora do partido, Catarina Martins, também reconheceu erros na forma como estas duas trabalhadoras foram contactadas, mas defendeu que o partido teve o cuidado de as tentar proteger pelo facto de terem sido mães recentemente e considerou que "as pessoas conhecem o BE", rejeitando eventuais danos eleitorais.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
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