O nome de Luís Filipe Menezes tem sido falado como hipótese para encabeçar uma lista do PSD à Câmara do Porto. Mas o ex-autarca de Gaia garante que nunca mais será candidato a nada e revela que tem dado conselhos a Rui Rio.
"Nunca mais serei candidato a um cargo eletivo em Portugal. E isso não é uma decisão irrevogável como as dos Portas deste país, é mesmo irrevogável". A declaração à SÁBADO serve de resposta à especulação que nos últimos dias tem subido de tom dentro do PSD sobre se o antigo líder do partido poderia ser o trunfo na manga de Rui Rio contra Rui Moreira.
Rui Farinha/Lusa
Goradas as hipóteses de qualquer espécie de entendimento com o Moreira, que Rio não hesita em dizer não ser "confiável", houve quem apostasse num regresso de Menezes, o antigo arquirrival do líder social-democrata.
Desde o Conselho Nacional em que Rui Rio venceu Luís Montenegro que se especula no partido o significado do abraço que uniu Menezes e Rio nessa noite. Essa era uma imagem que parecia impossível e deixou meio PSD de boca aberta, depois de anos de picardias públicas.
À SÁBADO, Luís Filipe Menezes revela agora que já teve pelo menos "três conversas longas" com Rui Rio e que o contacto tem sido regular. "Temos falado muito nos últimos dois meses. Tem-me pedido opinião", confessa, explicando que o que os dividia são águas passadas.
"Tínhamos um contencioso pessoal e político forte", admite, dizendo que é normal ultrapassar essas divisões. "Eu também na vida já enfrentei outras pessoas de forma muito dura e arrependi-me", reconhece, assegurando que agora está só a corresponder ao tom com que Rui Rio o tem tratado e que acredita estar a ser aplicado pelo líder do partido em relação a outros ex-presidentes do PSD.
"Sendo correto e bem-educado comigo, eu sou correto e bem-educado com ele", afirma. Sem entrar em detalhes sobre as conversas tidas com Rio, diz que lhe transmitiu a importância de encontrar no Porto "uma solução para ter um resultado positivo".
A fórmula de Menezes para ganhar as autárquicas
Partindo já do pressuposto que Rui Moreira deve ganhar, faz contas de cabeça e aposta que "o próximo mandato pode não ir até ao fim", pelo que é importante os sociais-democratas construírem um caminho para o pós-Moreira.
A tese de que Rui Moreira pode abandonar a Câmara do Porto antes do fim do mandato circula na cidade, por causa da data das eleições para a presidência do Futebol Clube do Porto. Rui Moreira nunca escondeu ter o sonho de vir a presidir ao FCP e Pinto da Costa já deixou claro que veria com bons olhos esse sucessor, que agora está no Conselho Superior Consultivo do clube.
Luís Filipe Menezes, que diz que dá conselhos a Rui Rio "como daria a outro presidente do PSD" que estivesse disposto a ouvi-lo, arrisca uma fórmula para encontrar o candidato ideal.
"O PSD deve o mais possível procurar candidatos fora da caixa, fora da nomenclatura fora dos viciados nos lugares do partido, independentes ou militantes que não estão nesta primeira linha dos lugares", defende Menezes, que considera que o ideal é procurar alguém "na faixa dos 50 a 70 anos", com percurso profissional feito e notoriedade. "Jornalistas de prestígio, empresários de prestígio, atletas de prestígio".
A dificuldade, acredita, é que "hoje não há muitos valentes para recrutar para essas funções" políticas, que implicam "salários baixíssimos, uma exposição pública enorme, cartas anónimas de denúncias".
Para o Porto recusa entrar no campeonato dos nomes, mas não hesita em classificar a possibilidade de uma candidatura do presidente da distrital do Porto e presidente da Junta de Paranhos, Alberto Machado, como "a solução interna de circunstância". E até admite que, quando alguém do partido – que não Rio – lhe pediu para dar ideias sobre a candidatura a Viana do Castelo sugeriu que o PSD "devia tentar convencer alguém como a Fátima Campos Ferreira a ser candidata", porque "é esse o tipo de pessoas que devíamos estar a ir buscar".
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