Em declarações à SÁBADO, o candidato à presidência apoiado pelo PSD considera que o debate da moção de confiança foi "um desastre completo". E o que o Presidente da República deve fazer, neste contexto, "é mediar e pressionar os vários agentes políticos".
Luís Marques Mendes, candidato à presidência apoiado pelo PSD, considera que "quase tudo, nestas semanas, devia ter sido evitado e muita coisa deve ser evitada nas próximas semanas".
Marques Mendes
"Deviam ter-se evitado umas eleições que ninguém percebe; devia ter-se evitado um debate da moção de confiança que foi um desastre completo; devia ter-se evitado um descrédito reforçado dos partidos e dos políticos, em divórcio cada vez maior com o povo", diz à SÁBADO.
Acima de tudo, o ex-comentador e antigo ministro e líder do PSD sublinha "que esta crise devia ter sido evitada". "Ou o Governo não apresentava a moção de confiança, ou o PS não a chumbava, abstendo-se como fez no Orçamento do Estado. E o que o PR deve fazer, neste contexto, é mediar e pressionar os vários agentes políticos. Ter um papel ativo e não passivo. Se o teve ou não, desconheço", acrescenta.
Na sua perspetiva, o candidato social-democrata a Belém considera que "o papel do Presidente da República em tempo de crise é fazer duas coisas: primeiro, tentar antecipá-la; depois, tentar mediá-la para a evitar. Em política, há o agir e o reagir. O reagir leva, nestes casos, à dissolução. O agir pode conduzir a evitar a crise. Acho que é sempre melhor agir que reagir", frisa.
O mantra da "estabilidade"
Entre os principais candidatos à Presidência da República, Luís Marques Mendes é o único assumido. Com as eleições à vista para janeiro de 2026, outros potenciais candidatos vão comentando a crise política que atravessa o País. "O resultado disto é aumentar o descrédito nos partidos que são essenciais para o sistema político e é lamentável que isto aconteça", afirmou o almirante Henrique Gouveia e Melo ao semanário Expresso, que esta semana consentiu a constituição de um movimento de apoio. Contudo, adiou a apresentação da sua candidatura para depois das legislativas de maio.
À esquerda, o PS ainda não declarou o seu apoio, mas há dois potenciais nomes: António Vitorino e António José Seguro. Antes da votação da moção de confiança, o antigo secretário-geral do PS acreditava que havia "condições" para se evitarem eleições antecipadas. "É do interesse nacional que não haja eleições antecipadas", afirmou em Vila Real, acrescentando que o país "precisa de estabilidade política, não precisa de podridão". E no seu espaço de comentário habitual "Liberdade", na CNN Portugal, Seguro disse que "ir para eleições pode ser uma opção, mas não é a resposta" — "Até porque não fica claro que não ficará tudo na mesma". Mais tarde, no mesmo espaço de comentário, lamentou o desfecho e diz que "o importante agora é o que o pais vai fazer com as eleições": "Governos a prazo colocam Portugal a prazo." Já António Vitorino diz que não quer fazer "opressão de opinião pública", mas considera que "as eleições são forma legítima de resolver situações de impasse", pedindo apenas "bom senso" e "solução que garanta estabilidade".
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