Sábado – Pense por si

Mais de 1.200 advogados em Portugal oferecem-se para ajudar ucranianos

Lusa 05 de março de 2022 às 15:10
As mais lidas

Bastonário Luís Menezes Leitão entregou à embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets, uma lista com 1.207 nomes de advogados de todo o país que se inscreveram para ajudar os cidadãos ucranianos.

Mais de 1.200 advogados voluntariaram-se para prestar apoio jurídico ‘pro bono’ aos ucranianos residentes em Portugal e aos refugiados, revelou o bastonário, contando que há casos de crianças e recém-nascidos sem documentos.

Mariline Alves

O bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, entregou hoje à embaixadora da Ucrânia, Inna Ohnivets, uma lista com 1.207 nomes de advogados de todo o país que se inscreveram para ajudar os cidadãos ucranianos.

"A senhora embaixadora indicou-nos que os refugiados vão precisar de muito apoio jurídico. Há muitos casos de pessoas que vão chegar indocumentados, há até casos de crianças, recém-nascidas, que nem chegaram a ser legalizadas, porque tiveram de fugir da guerra", disse Luís Menezes Leitão à Lusa.

Segundo o bastonário, entre as missões dos advogados está a obtenção de certificados de habilitações para os que chegam à procura de trabalho, assim como as autorizações de residência.

"Estamos disponíveis para prestar assistência no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e obter as legalizações necessárias, mesmo no caso de pessoas indocumentadas", disse, sublinhando que "dar apoio a esta situação dramática que se está a viver é uma responsabilidade social dos advogados".

Segundo Menezes Leitão, já chegaram "pedidos de todo o mundo": "Tivemos contactos de ucranianos que estão no Egito, na Polónia, da República Checa e até da Espanha".

No caso da Polónia, trata-se de situações de refugiados, mas nos outros países são quase sempre situações de pessoas que estavam fora da Ucrânia quando começou a guerra: "Tivemos um caso de uma cidadã que chegou aqui grávida de sete meses sem saber para onde ir. Também tivemos um caso de uma pessoa que teve de ir à fronteira com a Polónia para trazer uma criança", exemplificou.

A Ordem dos Advogados tem uma ‘task force’ que coordenará toda a ajuda, que o bastonário acredita que terá tendência para ser cada vez mais precisa, já que as estimativas é que o número de refugiados passe dos atuais cerca de 1,2 milhões para quatro milhões.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.