Ex-presidente do Benfica foi ouvido esta tarde no DCIAP. À SÁBADO, advogado refere que audição "correu bem" e que "não se falou de crimes, mas de factos".
O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira foi ouvido esta quarta-feira no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) no âmbito do "processo dos emails". Uma audição que "correu bem", referiu àSÁBADOo seu advogado, Manuel Magalhães e Silva.
Mariline Alves/Correio da Manhã
Em causa estão os crimes de fraude fiscal qualificada e burla tributária e ainda de oferta ou recebimento indevido de vantagem. O advogado de Vieira não sabia, antes da audição, se ainda estão a ser investigadas as suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva com que o caso dos emails do Benfica foi aberto em 2017, e que a SÁBADO revelou que terão caído. Depois da audição, Magalhães e Silva limitou-se a dizer que "não se falou de crimes, falou-se de factos".
Como balanço da inquirição, o advogado explicou que não ficou mais nenhuma diligência marcada. "Parto do princípio que os factos que havia a esclarecer ficaram esclarecidos", indicou.
De acordo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP) que a SÁBADO divulgou, entre 2016 e 2017, a Benfica SAD realizou uma série de contratos com a Vitória Futebol Clube (VFC) SAD relacionados com o empréstimo de jogadores e a aquisição de direitos de preferência sobre atletas do Setúbal que renderam ao clube sadino cerca de 1,5 milhões de euros. Os investigadores defendem que esses cinco negócios não terão tido qualquer racional económico para o Benfica e não terão sido mais do que uma forma de a SAD benfiquista transferir verbas para o Vitória FC, cuja tesouraria passava dificuldades à época.
Em causa estão os contratos de Bruno Varela que foi cedido ao Vitória e um ano depois o Benfica pagou €100 mil por apenas 50% do passe; Marcelo Hermes que foi contratado como jogador livre, mas mesmo assim a SLB SAD pagou €3 milhões à empresa de intermediação; o contrato de João Amaral pelo qual o SLB pagou €450 mil mais IVA ao Setúbal e vendeu-o por €350 mil a um clube polaco; Luís Felipe, que foi vendido pelo Palmeiras ao SEV por €570 mil e dias depois o Benfica comprou-o por €1,8 milhões; e Willyan Barbosa cujo passe foi entregue ao Benfica para pagar uma dívida. Depois de o ceder ao Setúbal, o clube da Luz pagou €40 mil por 40% do passe.
Além de Vieira, são também arguidos Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira, ex-CEO da SAD encarnada, e Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico. Todos já prestaram declarações nesta fase da investigação.
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