“O pior são os 380 milhões de euros já contratualizados para o futuro que condicionam os próximos dois orçamentos – a maioria, obras supérfluas à moda da África pobre mais gastadora”, acusa o autarca, revelando “números que indiciam uma situação financeira catastrófica da autarquia”.
A Câmara de Gaia anunciou a realização de uma conferência
de imprensa para esta quinta-feira, 4 de dezembro, para revelar “números que
indiciam uma situação financeira catastrófica da autarquia”, em que, afiança, “os
jornalistas ficarão a conhecer os detalhes do quadro financeiro da autarquia
gaiense herdado da gestão de 12 anos do Partido Socialista”.
Mas Luís Filipe Menezes, que há um mês tomou posse como presidente
da Câmara de Gaia, pela coligação PSD-CDS-IL, perante um comunicado dos cinco
vereadores socialistas da autarquia divulgado ontem, decidiu antecipar os tais “números
catastróficos” num post publicado na sua página no Facebook.
“A câmara foi 12 anos governada por uma verdadeira
estrutura do mal que arrasou o município e teima sobreviver na mentira”, começa
por acusar, considerando que “a realidade sobre as contas do município que
originaram um comunicado de despedida no dia 30 de Outubro e hoje [ontem] foi
reiterada com um comunicado do PS, é uma mentira monstruosa”.
“A realidade, sufragada pela direção financeira de
profissionais da Câmara é toda uma outra e é um cenário de horror”, garante
Luís Filipe Menezes.
“Diziam deixar um passivo financeiro bancário de 85
milhões de euros (que já era uma barbaridade para tão pouca obra feita). Mas a
verdade é outra, deixam um passivo de dívida à banca de 125 milhões de euros -
uma vergonha face a terem gerido milhões sem nada fazer”, denuncia.
“Diziam deixar uma capacidade de endividamento de 24
milhões. Falso. De acordo com a lei em vigor deixam zero. Só a generosidade do
governo no OE, com uma cláusula de exceção, pode aumentar este plafond nulo”,
observa.
“Diziam ter contas saldadas até 31 de Dezembro. Falso.
Deixam-nas dívidas faturadas de 123 milhões de euros que só podem ser
amenizadas com alguns créditos em curso e alguma receita de final de ano. Os
créditos que previam ser de 77 milhões são de facto de 27 milhões”,
contabiliza.
“Mas o pior são os 380 milhões de euros já
contratualizados para o futuro que condicionam os próximos dois orçamentos”,
atira, classificando “a maioria” como “obras supérfluas, mal dimensionadas,
sumptuárias, à moda da África pobre mas gastadora”.
“O restante, e muito, são subsídios a clientelas, a tal
imaterialidade de que tanto falam - compra de votos em permanência”, remata.
Nesse dia, os vereadores socialistas da Câmara de Gaia sustentaram
que a coligação PSD/CDS-PP/IL está "sem desculpas" para falhar
promessas eleitorais, considerando que as contas herdadas não justificavam o
aumento de IRS aprovado na segunda-feira.
"Perante uma herança de boas contas, a coligação que
lidera a câmara fica sem desculpas para falhar às inúmeras promessas
eleitorais", pode ler-se num comunicado dos cinco vereadores do PS na
Câmara de Gaia - João Paulo Correia, Maria José Gamboa, César Rodrigues, Fátima
Menezes e Delmino Pereira.
O comunicado refere-se à reunião de câmara onde foram
votados vários pontos relativos a impostos para 2026, em que os vereadores do
PS se opuseram ao aumento do IRS arrecadado pelo município, que passará da taxa
de 2,5% para 3% em 2026, que foi votado favoravelmente pelos cinco vereadores
da coligação PSD/CDS-PP/IL e pelo único do Chega.
Luís Filipe Menezes: “Câmara de Gaia foi governada por uma verdadeira estrutura do mal”
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