No frente-a-frente entre o presidente da IL e a porta-voz do PAN, transmitido terça-feira à noite na SIC Notícias, o primeiro tema abordado pelos dois líderes foi a saúde.
Os líderes da IL e do PAN discordaram esta terça-feira das respostas a dar em áreas como a saúde, habitação, clima ou fiscalidade e só convergiram na necessidade de dar mais atenção ao combate aos crimes de violência sexual.
Sousa Real RochaMatilde Fieschi/SIC
No frente-a-frente entre o presidente da IL e a porta-voz do PAN, transmitido na SIC Notícias, o primeiro tema abordado pelos dois líderes foi a saúde, com Rui Rocha a criticar propostas do PAN como um aumento do salário dos médicos em 30% ou o reconhecimento da profissão como sendo de desgaste rápido.
Salientando que a IL propõe uma majoração salarial para os profissionais do SNS "indexada à produtividade", Rui Rocha referiu ainda que o partido quer que seja criado um novo modelo dê aos portugueses a "possibilidade de escolher" o prestador de serviço que desejam: público, privado ou social.
Esta proposta foi imediatamente criticada por Inês Sousa Real, que considerou que esse modelo "faliu em vários países liberais", como a Argentina ou alguns países do norte da Europa, e recordou que o setor privado de saúde nem sequer está presente em todo o território nacional.
"Esta ideia da IL de um Estado tão pequeno, mas tão pequeno que cabe no bolso, esquece que o bolso dos portugueses não é igual para toda a gente ao final do mês", criticou, com Rui Rocha a responder que o modelo que defende já deu provas em países como a Alemanha ou a Holanda.
Depois, os dois líderes abordaram o tema dos impostos, com Rui Rocha a criticar o PAN por, até ao momento, ainda não ter apresentado o seu programa eleitoral, pelo que tem dificuldade em perceber as posições do partido sobre esta matéria.
"Nós gostamos de concorrência leal e parece-me concorrência desleal... Eu tenho o programa apresentado, com as contas feitas, rigorosas, o caminho claro", ironizou Rui Rocha, com Sousa Real a considerar que a crítica não é "minimamente séria" porque se tratam de eleições legislativas antecipadas.
Em termos fiscais, Rui Rocha defendeu a necessidade de se reduzir o IRC, o IVA da construção para 6% e criar dois escalões no IRS, o que Sousa Real criticou, considerando que põe em causa o princípio constitucional de progressividade dos impostos e não aliviaria os impostos da classe média.
A porta-voz do PAN acusou ainda a IL de contradição, argumentando que, apesar de defender a redução de impostos, não aprovou uma proposta do seu partido para reduzir o IVA para alimentação dos animais de companhia, e defendeu que os escalões de IRS devem ser atualizados consoante a taxa de inflação.
"Era o que faltava que não fossem", respondeu Rui Rocha que, depois de ouvir Sousa Real a defender que é preciso dar respostas a nível económico para garantir que os jovens têm acesso à habitação, deixou-lhe críticas sobre as propostas do seu partido nesse setor.
"As propostas da Inês são sempre por via ou da subsidiação, ou por via da habitação pública. Eu não conheço nenhuma proposta para trazer mais oferta para o mercado", criticou Rui Rocha, com Sousa Real a considerar que anda desatento.
O único ponto de convergência entre os dois líderes surgiu quando abordaram a temática dos crimes de violência sexual, com Sousa Real a alertar que, no ano passado, foi atingido em Portugal "o maior número da última década" e a defender que o crime da violação deve ser um crime público.
"Todos os partidos têm de vestir a camisola do combate à violência sexual e à violência doméstica, e em particular de género", pediu a porta-voz do PAN, com Rui Rocha a afirmar que partilha da preocupação, "como pai de uma jovem de 21 anos".
"Acho que estamos no momento, como sociedade, de convocar todos para uma reflexão sobre esta matéria, com ações concretas", disse.
No final, os dois líderes abordaram a ecologia, com Rui Rocha a manifestar-se favorável à energia nuclear, apesar de salientar que, atualmente, não lhe parece economicamente viável em Portugal, e Inês Sousa Real a criticar a IL por ter sido o único partido a votar contra a Lei de Bases do Clima.
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