Sábado – Pense por si

Iniciativa Liberal diz que OE trará "um país parado, de mão estendida à espera do Estado"

10 de janeiro de 2020 às 16:19
As mais lidas

Grande parte dos três minutos de que João Cotrim Figueiredo dispunha enquanto deputado único foi utilizada para retratar a vida dos portugueses graças ao impacto na sua vida que terá este orçamento.

O deputado único daIniciativa Liberal,João Cotrim Figueiredo, considerou que, com o Orçamento do Estado que será esta sexta-feira aprovado, Portugal será eternizado como "um país parado, de mão estendida à espera do Estado", sem energia e "profundamente triste".

No encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) na generalidade e já com o voto contra anunciado há semanas, João Cotrim Figueiredo subiu ao púlpito da Assembleia da República para fazer o retrato de como será a vida das pessoas em 2020 com este orçamento, o "Portugal do PS com a cumplicidade do Bloco e do PCP e todos os que se abstiverem aqui hoje".

"Um país parado, de mão estendida à espera do Estado. Um país sem energia e profundamente triste. Este é o Portugal que este orçamento quer eternizar. Não é este o Portugal que a Iniciativa Liberal quer", caracterizou. A Iniciativa Liberal vota por isso "contra este orçamento porque quer mais e melhor para Portugal" e acredita numa alternativa que considera ser "o liberalismo".

Grande parte dos três minutos de que João Cotrim Figueiredo dispunha enquanto deputado único foi utilizada para retratar a vida dos portugueses graças ao impacto na sua vida que terá este OE2020, começando pelos que nasçam este ano e indo, de década em década, até aos que completam 70 anos. "Uma portuguesa que nasça em 2020, fá-lo-á num hospital que os seus pais não escolheram, a menos que tenham dinheiro, num parto assistido por profissionais desmotivados e cujo mérito não tem forma de ser recompensado", exemplificou.

Já um português, "também de 20 e tal anos, mas sem estudos e que começa a trabalhar pelo salário mínimo, então achar-se-á que pelo menos esse português não tem de se preocupar com os impostos". "Errado. Um português que ganhe o salário mínimo paga ao estado, todos os meses, entre TSU e impostos sobre o consumo, 25% do seu rendimento. Vale a pena repetir: alguém que ganhe o salário mínimo em Portugal vê o Estado ficar com um quarto do seu rendimento", criticou.

Outro exemplo foi o de "uma portuguesa que atinja os 60 ou 70 anos em 2020, já só deseja que não adoeça porque senão irá parar ao mesmo hospital do bebé" do qual começou a falar "e também ela não escolherá o hospital, nem outros prestadores de cuidados de saúde e sabe que nada funcionará porque o sistema está a implodir e não tem concorrência que o estimule a melhorar".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.