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Incidência baixa, mas R já está perto de 0,9. Veja o gráfico do desconfinamento

Diogo Camilo
Diogo Camilo 19 de março de 2021 às 18:25
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O número de novos casos de covid-19 é o mais baixo desde setembro do ano passado, mas o R subiu para perto de 0.9 antes do desconfinamento - é o valor mais alto desde 28 de janeiro, quando o país era líder mundial de casos e mortes.

Portugal continua a ver a incidência da covid-19 a descer, mas o índice de transmissão subiu ainda antes do início do plano de desconfinamento. A 14 de março, o domingo antes da abertura de alguns serviços, o R(t) da pandemia em Portugal já era de 0,89 - o valor mais alto desde 28 de janeiro, quando o país era líder mundial de casos e mortes.

Portugal Covid-19
Portugal Covid-19 Reuters

De acordo com o boletim epidemiológico desta sexta-feira, Portugal continua a afastar-se do limite de 120 casos por 100 mil habitantes, registando agora uma incidência cumulativa a 14 dias de 87,2, mas o R do gráfico é agora de 0,86 em todo o país, aproximando-se do limite de 1 - a barreira para o nível 2, em que as medidas de desconfinamento são repensadas.

Na apresentação do plano de desconfinamento, o primeiro-ministro, António Costa, avisou que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os 120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias ou sempre que o Rt ultrapasse o 1.

A incidência a nível continental é só de 75,7, muito por culpa da alta incidência de Madeira e Açores, enquanto que o R de Portugal continental fica-se pelos 0,84, abaixo do registado a nível nacional.

 

Após os 568 novos casos confirmados esta sexta-feira, Portugal tem uma incidência de 79,8 casos por 100 mil habitantes, a mais baixa desde 19 de setembro do ano passado.

R(t) nacional já está próximo de 0,9

No relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), também divulgado esta sexta-feira, todas as regiões de Portugal continental apresentam um índice de transmissibilidade do vírus abaixo de 1, mas Açores estão com um R(t) de 1,20 e os dados da Madeira continuam indisponíveis, devido a notificações em atraso que poderiam inflacionar o valor.

Segundo o mesmo, entre 10 e 14 de março, ainda antes do início da atual fase de desconfinamento, o valor médio do Rt – o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – foi de 0,86 no país.

Este valor de 0,86 é superior ao Rt médio divulgado nos anteriores cinco relatórios semanais: 0,73 a 12 de fevereiro, 0,66 a 19 de fevereiro, 0,68 a 26 de fevereiro, 0,71 a 05 de março e 0,80 a 12 de março.

E, de acordo com os mesmos dados, a 14 de março, o último domingo, o R no país era já de 0,89 - o valor mais alto desde 28 de janeiro, quando o país era líder mundial de casos e mortes. Segundo o relatório, desde 10 de fevereiro que se verifica a estabilização do Rt com um "ligeiro aumento" de 0,61 para os 0,89 registados a 14 de março, o que sugere que se está perante um "desacelerar da tendência de decrescimento da incidência" do vírus SARS-CoV-2.

Por regiões, no período entre 10 e 14 de março, o Norte apresentou um Rt de 0,85, o Centro de 0,86, Lisboa e Vale do Tejo de 0,81, o Alentejo de 0,82, o Algarve de 0,84 e os Açores de 1,20.

 

À semelhança do último relatório, o INSA não disponibilizou os dados sobre a Região Autónoma da Madeira, devido à "introdução de um elevado número de notificações em atraso na base de dados do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), o que impede uma interpretação correta dos resultados".

De acordo com o instituto, assim que esta situação estiver ultrapassada, o INSA retomará o cálculo do Rt para a Madeira, admitindo que o índice de transmissibilidade nacional "poderá estar inflacionado" por esta razão.

De acordo com o INSA, Portugal apresenta ainda uma taxa de notificação acumulada de 14 dias entre os 60 e os 119,9 casos por 100 mil habitantes, com todas as regiões do país abaixo dos 120.

Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que está a ser feita do processo de desconfinamento que se iniciou segunda-feira.

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