No local estiveram 41 veículos de 22 corporações de bombeiros e 117 operacionais que não conseguiram evitar que as chamas consumissem mais de 200 viaturas.
O relatório de Ocorrência dos Bombeiros Voluntários de Sacavém sobre o que aconteceu no parque de estacionamento do Prior Velho, onde arderam mais de 200 carros, confirma que apenas 4 viaturas estavam a arder quando os bombeiros chegaram, pondo desta forma em causa a atuação dos mesmos. "À chegada ao local verificámos incêndio ativo em 4 veículos. Os mesmos encontravam-se rodeados por cerca de 200 veículos ligeiros de passageiros", pode ler-se no documento a que a SÁBADO teve acesso em exclusivo.
TIAGO PETINGA/LUSA
No mesmo relatório, é referido que o espaço entre veículos era inferior a 30 cm, o que terá dificultado a passagem de linhas de mangueira no combate às chamas.
Na descrição do trabalho desenvolvido, os bombeiros relatam que terão procedido à evacuação do edifício, efetuando-se o combate com apoio de veículos tanque. Posteriormente terão sido pedidos reforços ao Comando Sub-Regional da Grande Lisboa para apoio e combate, nomeadamente veículos de abastecimento, veículos elevatórios e ambulâncias. Segundo o mesmo relatório, também terá sido pedido apoio à PSP, INEM, Polícia Municipal, entre outros. "Com a chegada de apoio foi-se ajustando a operação à necessidade da ocorrência, tendo-se construído um edifício de socorro eficaz".
Fica-se também a saber que com a chegada do Comandante Sub-Regional da Grande Lisboa, terá sido ele a partir daí a comandar as operações.
No local estiveram 41 veículos de 22 corporações de bombeiros e 117 operacionais que não conseguiram evitar que as chamas consumissem mais de 200 viaturas.
Pelas 17H41 é visível o início de fumo na viatura que provocou o incêndio, um Mercedes Benz com mais de 446 mil km, tendo-se registado a primeira labareda pelas 17H57. Os bombeiros terão recebido o alerta às 18H e terão chegado ao local às 18h16 minutos. Nessa altura apenas 4 veículos estavam a ser consumidos pelas chamas.
Recorde-se que o relatório de peritagem do Centro Pericial de Acidentes do INEGI-Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, divulgado esta terça-feira pela SÁBADO, já tinha apontado falhas na atuação dos bombeiros, pondo mesmo em causa a estratégia adotada no combate ao incêndio. "A estratégia de combate ao incêndio consistiu na projeção de água em direção às chamas, esta estratégia não foi a mais eficaz, uma vez que a água teve um efeito contrário ao desejado, projetando as chamas", pode ler-se.
O relatório vai mesmo mais longe ao referir que poderia ter sido adotada uma estratégia alternativa, que passasse pelo bombeamento de água para cima dos veículos ainda não afectados, de forma a baixar a sua temperatura e consequentemente diminuir a probabilidade de entrarem em combustão.
Este relatório vem também contrariar a versão dos bombeiros, quando é dito no relatório de ocorrência que o combate terá sido dificultado pelo facto do espaçamento entre veículos ser inferior a 30 cm. A peritagem do INEGI desmente isso mesmo, ao referir que na maioria das filas existia um afastamento entre viaturas superior a 50 cm.
A intervenção dos bombeiros terá durado 1 dia 5 horas e 41 minutos. Das 232 viaturas que arderam, 117 ficaram completamente destruídas.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.