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Furto de 55 armas da PSP leva hoje a julgamento 12 arguidos

18 de junho de 2020 às 07:32
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Entre os arguidos, encontram-se António Laranginha e João Paulino, que também estão envolvidos no processo de furto de armamento militar dos paióis de Tancos.

O julgamento de 12 pessoas, entre os quais um polícia, acusadas de envolvimento no furto e venda de 55 armas Glock do armeiro da Direção Nacional PSP começa hoje no tribunal judicial de Lisboa, no Campus de Justiça.

O juiz Carlos Alexandre decidiu levar a julgamento nos exatos termos da acusação os 12 arguidos, considerando haver indícios suficientes para os pronunciar pelo furto e consequente venda de 55 armas Glock 9mm, estojos e munições, no valor de cerca de 20.500 euros.

O furto terá ocorrido entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017, mas a investigação começou depois de ter sido apreendida no Porto, a 26 de janeiro de 2017, uma das armas da PSP.

Para o Ministério Público (MP) o agente da PSP Luis Gaiba, que se encontra em prisão preventiva, aproveitou o deficiente controlo do armeiro, do qual foi responsável desde novembro de 2015, para furtar as armas, entre que depois vendeu a outros arguidos.

Segundo o MP, Luís Gaiba percebeu que o controlo das armas se encontrava fragilizado, que o seu registo não era atualizado e que, devido à dispersão das chaves de acesso às instalações, não havia qualquer tipo de registo de acesso ao local.

Apesar de as ter reportado à direção da PSP, as falhas de supervisão e controlo foram aproveitadas pelo arguido para furtar as armas e vendê-las em circuitos paralelos de tráfico de armas e droga, tendo algumas sido enviadas para o mercado negro da Guiné-Bissau através do arguido Manuel das Neves, segundo a pronuncia.

Posteriormente, encetou contactos com um grupo de pessoas/arguidos que lhe permitiram colocar as armas no circuito ilícito de vendas de armas.

Luis Gaiba, juntamente com a sua mulher, António Laranginha e João Paulino, estes dois também arguidos no processo de furto de armamento militar dos paióis de Tancos, formaram um grupo ao qual se juntaram os arguidos Mário Cardoso, Armando Barros e Manuel Neves.

O grupo, segundo a acusação, vendeu as armas a um conjunto de pessoas que estavam acusadas de tráfico de droga em Portugal, Espanha e Reino Unido e em cujos processos foi possível apreender algumas das pistolas.

Porém, vários anos passados, desconhece-se o paradeiro de algumas das armas furtadas do armeiro da polícia.

Nos contactos telefónicos entre os elementos do grupo e para iludirem eventuais escutas telefónicas os arguidos utilizaram expressões como "papéis", "fotocópias", "papelões", "carregadores Samsung", ou "guias de marcha" quando se queriam referir às armas.

O principal arguido, Luís Gaiba, está acusado de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e peculato.

O processo tem 12 arguidos: João Paulino, Luís Gaiba e a sua mulher Hueysla Gaiba, Armando Barros, Manuel das Neves, João Maria Duarte, Fernando Guimarães, Vitor Ramos Pereira, Mário Cardoso, Antonio Laranginha, João Teixeira, Micoawa da Costa.

Em causa estão crimes, vários em coautoria, de associação criminosa, peculato, recetação, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e tráfico de droga.

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