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Furacão Lorenzo: Período crítico nos Açores já passou

02 de outubro de 2019 às 20:27
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Proteção Civil desativou Plano Regional de Emergência pelas 17h00 desta quarta-feira. Ao todo foram registadas mais de 250 ocorrências, com 53 pessoas a precisarem de ser realojadas em três ilhas da região.

Já passou o período crítico do furacão "Lorenzo" nos Açores, com a Proteção Civil a desativar o Plano Regional de Emergência pelas 17h00 desta quarta-feira (18h00 em Lisboa). Ao todo foram registadas mais de 250 ocorrências, com 53 pessoas a precisarem de ser realojadas em três ilhas da região: "quatro em São Jorge, 42 no Faial e sete nas Flores", anunciou a Proteção Civil em Angra do Heroísmo.

O anúncio da desativação do plano de emergência foi avançada pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves, emconferência de imprensa. 

O responsável destacou a "grande celeridade, o grande profissionalismo e a total entrega, mesmo debaixo de um tempo severo", dos operacionais de serviço esta madrugada nos Açores, acrescentando que todas as situações foram resolvidas e "a vida das pessoas pode decorrer dentro de condições muito satisfatórias de segurança".

"Tivemos um total de 255 ocorrências, todas elas ao nosso nível encontram-se resolvidas. Há situações, como por exemplo o que aconteceu no Porto das Lajes das Flores, que nos ultrapassa e será uma situação a resolver numa escala a longo prazo", frisou.

Apesar de ter passado mais perto do grupo ocidental (Flores e Corvo), foi na ilha do Faial (grupo central) que o "Lorenzo" provocou mais estragos, com 82 ocorrências, seguindo-se o Pico, com 54 e só depois as Flores com 28.

Foram ainda registadas ocorrências nas ilhas de São Jorge (37), Terceira (35), Graciosa (11), Corvo (3) e São Miguel (3), tendo apenas a ilha de Santa Maria escapado aos estragos.

Segundo Carlos Neves, apesar dos "consideráveis estragos, alguns de difícil resolução", foi possível que este furacão de "grande intensidade" passasse pelos Açores "sem provocar vítimas", graças à coordenação das várias entidades, às medidas preventivas e ao respeito pelas recomendações das autoridades.

"A população açoriana mostrou mais uma vez um grande civismo, uma grande preocupação com eles, com os seus bens e com os próximos, tomando as medidas necessárias para evitar os danos e a perda de vidas humanas", avançou, acrescentando que os estragos só "não foram mais graves", porque as pessoas "souberam acautelar-se e tomar as devidas medidas".

O trabalho não está, no entanto, terminado. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o furacão "Lorenzo" vai ainda fazer sentir-se na região durante o que resta desta quarta-feira, em termos de agitação marítima e vento. 

Os avisos vermelhos foram levantados por volta das 16h00 locais (17h00 em Lisboa) e, "consoante o afastamento do 'Lorenzo' do arquipélago, haverá diminuição do vento", sendo que a agitação marítima "é a que leva mais tempo a diminuir". A região está também "fora do perigo gerado pela precipitação, por vezes forte".

Foi necessário realojar 53 pessoas - quatro em São Jorge, 42 no Faial e sete nas Flores - com a intervenção dos serviços municipais e da direção regional da Habitação.

O presidente da Proteção Civil garantiu que algumas zonas junto ao mar, na costa sul das ilhas, já estavam "referenciadas", chegando a ser cortadas estradas, mas por vezes a natureza "ultrapassa as previsões".

Chegou a ser equacionada a possibilidade de serem enviados 50 elementos da Autoridade Nacional de Proteção Civil para os Açores, que estavam "prontos em quatro horas" para se deslocar para o arquipélago, segundo Carlos Neves, mas as autoridades açorianas entenderam que teriam capacidade para enfrentar a situação.

"Gostaríamos de ter sempre mais meios, que pudessem ser projetados, melhores equipamentos, mas eu penso que, com o dispositivo que foi montado, com a quantidade de homens e de equipamentos, acho que demos uma resposta muito positiva e de forma muito eficaz e muito rápida a todas as ocorrências", avançou o presidente da Proteção Civil açoriana.

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