Sábado – Pense por si

Ex-secretário de Estado da Proteção Civil constituído arguido

O governante demitiu-se esta terça-feira. José Artur Neves sai no dia em que foram feitas buscas ao Ministério e à ANPC devido às golas antifumo e em que é constituído arguido.

O Ministério da Administração Internaanunciou a demissão de José Artur Neves, o Secretário de Estado da Proteção Civil. "Na sequência do pedido de exoneração, por motivos pessoais, do Secretário de Estado da Proteção Civil, o Ministro da Administração Interna aceitou o pedido e transmitiu essa decisão ao Primeiro-Ministro", lê-se em comunicado do Governo. José Artur Neves foi também constituído arguido no caso das golas antifumo, avança o Correio da Manhã.

O filho do Secretário de Estado da Proteção Civil também fez três contratos com o Estado. 

Mais de meia centena de buscas estão hoje em curso na investigação do Ministério Público (MP) ao caso das golas antifumo, como foi avançado pela SÁBADO em primeira mão. Está em causa a suspeita dos crimes de fraude na obtenção de subsídio, de participação económica em negócio e de corrupção.

Uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) refere que se encontram em curso oito buscas domiciliárias e 46 não domiciliárias,no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), coadjuvado pela PJ.

A investigação, refere a PGR, incide sobre factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude na obtenção de subsídio, de participação económica em negócio e de corrupção.

"Em causa estão práticas levadas a cabo no contexto de uma operação cofinanciada pelo Fundo de Coesão da União Europeia destinada à realização de `Ações de Sensibilização e Implementação de Sistemas de Aviso às Populações para Prevenção do Risco de Incêndios Florestais´, enquadradas nos Programas `Aldeia Segura´, `Pessoas Seguras´ e `Rede Automática de Avisos à População´", precisa o Ministério Público.

A PGR informa ainda que, neste contexto, as buscas decorrem em vários locais, incluindo o Ministério da Administração Interna, a Secretaria de Estado da Proteção Civil, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e Comandos Distritais de Operações de Socorro.

"Atendendo a que em alguns destes locais se desenvolvem atividades operacionais, com vista a minimizar efeitos de acidentes graves ou catástrofes, designadamente relacionados com incêndios, a concretização das diligências de aquisição de prova foi precedida de uma criteriosa análise da situação climática, sendo que as condições atmosféricas já haviam anteriormente ditado um adiamento das diligências, agora, em curso", refere a PGR.

Ainda assim, o Ministério Público esclarece que determinou a "aferição no terreno da suscetibilidade de sustar a realização de alguma das buscas determinadas", no caso de comprometerem concretas ações de salvamento de vidas ou património em curso ou a desencadear.

A operação hoje desencadeada tem a participação de seis magistrados do MP, cerca de 200 elementos da PJ, elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e sete elementos do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) da Procuradoria-Geral da República.

Antes, o MAI, em nota à comunicação social, tinha confirmado as buscas às suas instalações e na Autoridade Nacional de Proteção Civil, assegurando que "está a ser prestada toda a colaboração na realização das referidas diligências".

O caso das golas antifumo levou em julho o ministro da Administração Interna a abrir um inquérito sobre a contratação de "material de sensibilização para incêndios".

Dois dias depois da decisão do ministro, o adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil demitiu-se após ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas que produziram os 'kits' de emergência que continham as golas antifumo para o programa "Aldeia Segura".

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