Para o ministro, o quadro legislativo em Portugal nesta matéria está próximo das boas práticas europeias.
O ministro do Trabalho,Vieira da Silva, instou hoje os empresários a tornarem as suas empresas mais amigas da vida familiar, referindo que a conciliação entre o trabalho e a vida familiar é uma necessidade "urgente".
"Sem pôr em causa a competitividade, temos que pensar como podemos tornar as empresas mais amigas da vida familiar. Não é apenas a questão da natalidade, mas durante todo o ciclo de vida", disse o governante que falava hoje na apresentação de um estudo sobre o tema.
Sobre o assunto o ministro questionou a plateia de empresários: "Em quantas empresas não é considerado melhor trabalhador aquele que fica mais tempo? Esse que é o instrumento de maior antagonismo da conciliação da vida familiar", disse.
Para o ministro, o quadro legislativo em Portugal nesta matéria está próximo das boas práticas europeias, mas é necessário mais pois este é um "desafio" que não tem vindo a ser ganho.
"Tem muito a ver com o diálogo social e tem tudo a ver com a contratação coleticva e com a prática das empresas", disse lembrando que a conciliação da vida familiar com a profissional é uma necessidade "absoluta e urgente" para manter uma sociedade "capaz de criar riqueza, valor, mas também serem coesas".
A falta de conhecimento da lei, o receio de perder o emprego ou de repercussões estão entre as causas que inibem os trabalhadores de usarem medidas de conciliação entre a vida profissional e familiar, segundoum estudo hoje divulgado desenvolvido pela Nova School of Business and Economicse produzido para a CIP -- Confederação Empresarial de Portugal, que será apresentado hoje na conferência "Desafios à Conciliação Família-Trabalho", em parceria com a Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).
O estudo, baseado em entrevistas a empresas e análises académicas, indica que, apesar de a legislação portuguesa prever incentivos à conciliação entre a vida profissional e familiar, "não é totalmente certo que os colaboradores as utilizem com frequência" já que há um conjunto de situações "que funcionam como inibidores e barreiras à utilização" das medidas.
Entre eles estão a "falta de conhecimento sobre a legislação em vigor e os direitos já salvaguardados e à sua disposição" bem como a "falta de conhecimento das medidas oferecidas" pelas empresas.
Também "atitudes e emoções negativas de resistência" à utilização das normas previstas na lei ou pela empresa "por insegurança pessoal, receio de repercussões (informais) de chefias e colegas, receio de perda de oportunidade de progressão na carreira ou de perda do próprio emprego" estão entre os principais fatores inibidores apontados.
O documento refere que as empresas podem estar, "sem conhecimento e intenção, a impedir a adoção generalizada destas medidas" devido à "falta de comunicação interna e divulgação dos benefícios" ou à "falta de exemplos das chefias na utilização de certas políticas" e ainda devido à "falta de apoio e de incentivo".
As entrevistas realizadas a várias empresas no âmbito do estudo mostram que as organizações disponibilizam medidas de conciliação entre a vida familiar e profissional, embora "aparentemente de forma informal" no caso daquelas de menor dimensão.
Esta situação pode ser explicada por vários motivos, entre os quais "por se tratarem de pequenas e médias empresas, onde a cultura empresarial é informal e de grande proximidade entre chefias e colaboradores" ou porque "as empresas foram pressionadas a implementar tais medidas devido à, aparente, natureza "conflituosa" da sua atividade, por exemplo, em fábricas ou 'call centers'", lê-se no estudo.
Para ultrapassar o problema, os autores sugerem colocar o tema na agenda da Concertação Social "e promover um diálogo menos extremado" com vista a serem definidos "incentivos às empresas e instituições que promovam a conciliação entre a vida profissional e familiar, designadamente pelo recurso à flexibilidade no horário de trabalho ou ao trabalho a tempo parcial".
Os autores defendem ainda que o Governo deve definir uma estratégia nacional para a promoção da conciliação entre família e trabalho em Portugal, sublinhando que a discussão sobre o tema "pode ser reforçada no discurso do Estado".
Empresas devem ser mais amigas da vida familiar, diz ministro
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.
Frank Caprio praticava uma justiça humanista, prática, que partia da complexa realidade. Por isso, era conhecido ora como "o juiz mais gentil do mundo", ora como “o melhor juiz do mundo”.
É de uma ironia cruel que as pessoas acabem por votar naqueles que estão apostados em destruir o Estado Social. Por isso mesmo, são responsáveis pela perda de rendimentos e de qualidade de vida da grande maioria dos portugueses e das portuguesas.
“Majestade, se for possível afogar os 6 ou 7 milhões de judeus no Mar Negro não levanto qualquer objecção. Mas se isso não é possível, temos de deixá-los viver”.