Menino de três anos estava para ser internado amanhã no IPO, mas pais foram informados que transplante tinha sido adiado por causa da avaria. À SÁBADO, unidade garante que não foram adiados procedimentos pediátricos.
O IPO de Lisboa tem um elevador avariado que está a impedir a unidade de admitir doentes para transplante, denunciaram vários pais nas redes sociais. ÀSÁBADO, Renata contou como o filho de 3 anos estava esta quinta-feira "às 7h30 da manhã a colocar o cateter no hospital da Estefânia para ser internado amanhã no IPO" quando receberam a informação que o internamento estava cancelado por causa do elevador. Também Adna conta como ficou a saber da avaria.
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"Tivemos uma consulta com a médica da Gabi [a filha bebé] na segunda-feira e ficamos a saber que provavelmente não iam admitir doentes por causa do elevador. É o único onde cabem macas, médicos e botija de oxigénio se for preciso levar os doentes para os Cuidados Intensivos. O de serviço não tem tamanho", partilha Adna. "O transplante era para ser em janeiro, passou para fevereiro e agora ficou para março mas provavelmente o elevador não estará pronto nessa altura."
O IPO, em resposta à SÁBADO, confirma que "o monta-macas da UTM – Unidade de Transplante de Medula, instalado em 1992 e situado no Pavilhão de Rádio, encontra-se inoperacional desde há cerca de uma semana". A paragem temporária foi recomendada depois de "uma vistoria da empresa responsável pela manutenção dos elevadores do IPO Lisboa", com vista ao "aprofundamento da avaliação do seu sistema de marcha, estando-se neste momento a aguardar o relatório desta avaliação".
Apesar deste constrangimento, o IPO garantiu à SÁBADO que "não foram cancelados transplantes a doentes pediátricos". Adiantando também que "a atividade da UTM está a ser mantida, estando internados doentes que prosseguem os seus transplantes como habitualmente", dado que o outro elevador do serviço está operacional, só não permite macas.
Renata contesta esta informação já que foi isso mesmo que lhe foi transmitido quando esta manhã cancelaram a admissão do filho, Bernardo. O menino tem um neuroblastoma de alto risco e precisa com urgência de um auto transplante. "Ele seria internado amanhã, faria uma quimioterapia agressiva e daqui a cinco, seis dias faria o auto transplante. Agora não temos datas e ele provavelmente vai ter de fazer mais quimioterapia desnecessária", lamenta a mãe.
A unidade hospitalar assegura ainda que "estão a ser organizadas soluções internas alternativas que permitem manter a atividade de transplantação programada noutros serviços, designadamente nos serviços de Pediatria e de Hematologia. Foram ainda contactados os outros centros de transplantação nacionais que vão assegurar no imediato um transplante programado de adulto na próxima semana".
Neste momento, segundo a publicação nas redes sociais estão 89 doentes à espera de transplante. O que está a deixar Adna preocupada: "Se estão a adiar a minha filha para março, imagino todos os outros que estão a ser adiados e que estão à frente dela. Se adiarem muitos, a minha filha pode não ser transplantada em março".
Gabriela, a filha de Adna, foi diagnosticada com "uma leucemia rara" em junho e como era ainda muito bebé precisava de ter um ano de idade e 10 quilos de peso. "Metas que ela alcançou em janeiro. Agora saber que a minha filha que tem dador, a doença controlada, que cumpre os critérios, não vai ser transplantada por causa de um elevador é uma angústia muito grande. E se acontece alguma coisa até lá?"
Adna reconhece que lhe resta protestar e conta ainda que na próxima semana vai tentar falar com o oncologista da filha para tentar arranjar uma solução.
Esta não é a primeira vez que os elevadores do IPO de Lisboa estão avariados e são alvo de denúncias por parte dos doentes.
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