"Foi localizado no DIAP de Lisboa um inquérito que se encontra em investigação relacionado com a designada Torre de Picoas", informou fonte oficial da Procuradoria-Geral da República, depois de questionada pela SÁBADO sobre a polémica em torno de um licenciamento na avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa.
A mesma fonte adianta que o processo "não tem arguidos constituídos".
Em causa está o processo de licenciamento da chamada torre de Picoas, decidido pelo vereador do Urbanismo Manuel Salgado e que tem sido muito questionado.
De resto, em entrevista ao semanário SOL no passado sábado, o antigo vereador da Câmara de Lisboa Fernando Nunes da Silva, defendia estar-se perante um "caso de polícia" e garantia ter documentos que indicam que Manuel Salgado não terá prestado toda a informação ao antigo proprietário do terreno que, pensando que não poderia avançar com um índice de construção que tornasse o seu investimento rentável, acabou por o vender por um euro ao grupo BES.
Armando Martins, que foi proprietário do terreno na Fontes Pereira de Melo durante vários anos pretendia construir 20 mil metros quadrados e questionou a Câmara de Lisboa para perceber se poderia avançar.
Manuel Salgado informou o promotor de que poderia construir até 12 mil metros se o espaço fosse destinado a escritórios ou 14 mil metros quadrados se construísse habitação, invocando o PDM em vigor à data.
Sem conseguir fazer face às dúvidas acumuladas, Armando Martins vendeu o terreno ao BES, junto de quem se tinha financiado, por um euro.
Meses depois, foram autorizados 24 mil metros quadrados de construção por ter sido aprovado um novo PDM que o permitia.