Ricardo Baptista Leite é médico e voluntário na zona covid-19 do Hospital de Cascais e expressou num vídeo a "enorme frustração" de ver "decidir quem são os doentes que vão ter acesso a ventilação", determinando quem vive e quem morre.
"Porra para isto!". É o desabafo do médico e deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite, que tem prestado serviço como voluntário no serviço de urgência da Covid-19 no Hospital de Cascais. Após 12 horas de trabalho, o ministro-sombra do PSD para a Saúde disse este sábado que nunca viu "tanta gente morrer em tão curto espaço de tempo", um "cenário de guerra" em que "estamos a perder".
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
Em vídeo, um dia depois, Ricardo Baptista Leite expressou a "enorme frustração e angústia" que sentia ao sair do covidário do Hospital de Cascais, onde são tratados os suspeitos e casos de covid-19 e onde é voluntário desde o início da pandemia.
"A verdade que vos tenho a dizer é que nunca assisti a tantas mortes, na minha vida profissional, num tão curto espaço de tempo como no dia de ontem."
O deputado social-democrata aponta que é "demolidor" ver médicos a terem de "decidir quem são os doentes que vão ter acesso a ventilação e quem não vai", determinando assim "quem vive e quem morre" por falta de camas em unidades de cuidados de intensivo e falta de vagas de internamento em hospitais.
"Ver os colegas exaustos, muitos a chorar, por não aguentarem mais. E o número de doentes apenas continuava a aumentar, a aumentar, a aumentar, à medida que iam entrando no serviço", diz Ricardo Baptista Leite.
O médico infeciologista refere que esta é apenas uma amostra daquilo que Portugal está atravessar neste momento, com o constante aumento de novos casos de covid-19 no país.
"Depende de cada um de nós ficar em casa, mas este confinamento não está a funcionar", critica, defendendo que é necessário "aumentar o confinamento já" através de um isolamento de três semanas semelhante ao que Portugal teve em março, com fecho das escolas, apoios a empresas e aumento significativo de testagem à covid-19.
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.