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Crónica de campanha por Vítor Matos: Portas em modo Oceano Pacífico

Vítor Matos 28 de setembro de 2015 às 19:21

Os discursos melosos do líder do CDS agora parecem os de um locutor de programas de rádio nocturno

Paulo Portas é um bom actor. Não é só a frase que conta. Ele sabe, como poucos, que o argumento vale pela forma. A performance em palco não é tudo, mas quase. O que distingue um bom de um mau profissional são as emoções. O tom da voz. A forma como pronuncia palavras. Mais alto. Mais baixo. Mais lento. Mais veloz. Mais enfático. Mais rápido, como quando debita o seu mantra de que "a confiança gera investimento, o investimento gera emprego, o emprego gera… etc." O líder do CDS passou a primeira parte da campanha eleitoral a zurzir no PS e em António Costa, com argumento violentos para tentar ao máximo descredibilizar o líder socialista. Falava alto. Marcava a cadência. Colocava a voz num tom que convidava a um afastamento prudente das colunas de som. Era quando acusava António Costa de "radicalismo", de querer fazer uma "coligação negativa", de gerar "incerteza".

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