Sábado – Pense por si

Covid-19: Portugal apostado em criar programa para facilitar acesso de países africanos à vacina

12 de janeiro de 2021 às 15:11
As mais lidas

Francisco André sublinhou a importância da parceria com África, que apontou como prioritária para a Presidência Portuguesa da União Europeia.

Portugal quer criar um programa de apoio ao acesso dos países africanos à vacina da covid-19, no âmbito da aposta no reforço da relação com África durante a Presidência portuguesa da União Europeia, foi hoje anunciado.

"Neste contexto pandémico, estamos especialmente apostados em desenhar um programa de ajuda aos nossos parceiros africanos no acesso à vacinação contra covid-19", disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, sem avançar mais pormenores.

O novo responsável pela pasta da Cooperação falava hoje durante um seminário promovido pela Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais (ONGD) para apresentar as prioridades da sociedade civil para a Presidência da União Europeia, que Portugal assume no primeiro semestre.

Na sua intervenção, Francisco André sublinhou a importância da parceria com África, que apontou como prioritária para a Presidência Portuguesa.

"O continente africano é hoje o nosso principal foco no plano externo. É uma região absolutamente essencial no presente e no futuro geopolítico da União Europeia", disse.

O governante sustentou que para que haja uma "história de sucesso na Europa" é preciso que esse sucesso seja partilhado com África, algo que, considerou, se tornou evidente com as crises migratória e ambiental e com a pandemia de covid-19.

Francisco André defendeu uma sinergia "cada vez mais construtiva e positiva" entre as "duas margens do Mediterrâneo", na qual a "experiência de relacionamento e parceria" de Portugal com África será "uma mais valia importante no seio da União Europeia".

Apontando o lugar prioritário de África na política externa portuguesa, defendeu que "este é o momento certo para manter esse empenho".

Francisco André adiantou que Portugal apoia e "procurará capitalizar" durante a liderança portuguesa do Conselho da União Europeia "a aposta renovada" da Europa em relação ao continente africano.

Lembrou, neste contexto, que a primeira visita oficial da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi a Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da União Africana.

"Cabe-nos mostrar que existe uma narrativa positiva com África, uma relação que é mutuamente benéfica para os cidadãos europeus e africanos, quer seja em termos de segurança, melhores trocas comerciais ou de criação de emprego", disse.

O secretário de Estado, que tomou posse em dezembro, disse ainda que Portugal vai organizar durante o primeiro semestre de 2021 um fórum económico e de investimento verde entre a União Europeia e África, que classificou como "um dos eventos âncora" da Presidência.

O evento, que será coorganizado com o Banco Europeu de Investimento, pretende juntar líderes europeus e africanos, envolvendo governos e setor privado, "com ênfase especial em empresas que deram um salto qualitativo em termos de transição verde e adaptaram os seus modelos de negócio", disse.

Francisco André defendeu também, no contexto europeu, uma "abordagem mais estratégica de cooperação que seja parte integrante da política externa europeia e que contribua para os seus objetivos".

"É essencial explicar aos nossos cidadãos como é que o seu dinheiro é utilizado, como é gasto a promover os interesses e os valores sobretudo da União Europeia e dos seus Estados membros", considerou.

Portugal exerce a presidência do Conselho da União Europeia entre 01 de janeiro e 30 de junho.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.