Secretário regional da Saúde considerou que a Madeira atuou "por antecipação", tendo contratado mais 400 profissionais nos serviços de saúde e criado 236 camas hospitalares para doentes covid-19.
A Madeira atuou "por antecipação" e preparou-se para a pandemia, contratou mais 400 profissionais nos serviços de saúde e criou 236 camas hospitalares para doentes covid-19, disse à Lusa o secretário regional da Saúde.
"Nós temos vindo a preparar [a região] para uma pandemia", declarou Pedro Ramos, numa entrevista por videoconferência, salientando que quando a Madeira lançou, em 27 de janeiro de 2020, a linha de emergência sobre a covid-19, "ainda na altura se dizia que este vírus era capaz de não chegar a Portugal".
O plano de resposta à doença, sublinhou, foi lançado em 03 de fevereiro, pouco antes da declaração do estado de pandemia a nível mundial (11 de março) e do estado de alerta pela primeira vez em Portugal e na Madeira (12 de março).
A Madeira implementou o controlo de temperatura e o inquérito epidemiológico nos aeroportos da região, encerrou escolas, portos e marinas, proibiu visitas aos lares e determinou a suspensão de mobilidade dos profissionais dos vários setores da saúde e da área social.
"As direções técnicas foram sempre pensando, de acordo com o evoluir da pandemia, a necessidade que devíamos ter em termos de recursos e equipamentos, de áreas físicas nas várias unidades de saúde da região, que não comprometesse o funcionamento dos doentes não-covid", disse.
Por isso, adiantou, "houve medidas implementadas ao longo do tempo", como a contratação de "mais 400 profissionais das várias áreas" no setor da saúde, aumentando o seu universo de 5.526 elementos para 5.900, o que veio "aumentar a capacidade de resposta" do Serviço Regional de Saúde.
Em termos de recursos humanos, indicou, a Madeira tem "mais de 2.000 enfermeiros, 1.100 médicos, quase 400 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, quase 2.000 assistentes operacionais, 200 assistentes técnicos, sem esquecer os técnicos superiores de saúde, [como] psicólogos, nutricionistas, ao nível do laboratório, e apoio de suspeitos e tratamento dos doentes covid".
O Governo Regional investiu "mais de 115 milhões de euros em diferentes áreas em que foi necessário atuar", incluindo os custos com o "alojamento de pessoas nos hotéis durante as quarentenas, os transportes, a alimentação, os testes".
"A Madeira também já gastou 15 milhões de euros em testes", adiantou Pedro Ramos, referindo que foram efetuados até esta altura 53 mil no continente, a 50 euros cada (pagos pela região), e quase 250 mil no arquipélago (12,5 milhões).
Tendo em conta que "a maioria dos doentes da covid se tratam em casa (80%) e apenas 20% precisam de cuidados hospitalares - e destes apenas 5% estão internados nos cuidados intensivos" -, os responsáveis regionais estão "muito satisfeitos" com o trabalho realizado, inclusive na preparação a nível hospitalar.
"O que conseguimos ao longo do ano revela que estamos a atuar proativamente e por antecipação", destacou o secretário, mencionando que existiam no ano passado 297 camas com altas clínicas e até agora (em 10 meses) foram libertadas cerca de 140, tendo essas pessoas sido deslocadas para outras instituições.
Segundo o responsável, presentemente o Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) tem um efetivo total de 850 camas nos hospitais, dentro do qual existe para a covid-19 "uma capacidade que pode ir até 236 camas no Dr. Nélio Mendonça e Marmeleiros". Estas camas "podem ser prontamente ativadas de acordo com as necessidades".
Esta capacidade inclui as camas da área de covid-19 para doentes suspeitos, as 14 existentes na urgência hospitalar, os 12 quartos de pressão negativa - uma área que "vai ficar pronta no final deste mês" -, além do espaço com 70 camas que foi agora inaugurado no Hospital dos Marmeleiros.
Das camas destinadas a doentes covid, apenas cerca de 60 estão ocupadas, seis das quais na Unidade de Cuidados Intensivos.
Entre as outras medidas adotadas, Pedro Ramos realçou o investimento na ordem dos 10 milhões de euros em equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde e a criação de circuitos nas várias áreas, nomeadamente os destinados a pessoas com patologias respiratórias, visando evitar cruzamento de doentes.
A região também decidiu antecipar o plano de vacinação contra a gripe, pelo que "neste momento não há gripe na Madeira".
Segundo os dados mais recentes, divulgados no domingo, a Madeira tem 1.201 casos ativos de covid-19, de um total acumulado de 2.678 casos positivos. A região já registou 1.459 recuperações e 18 óbitos.
AMB // ROC
Lusa/fim
Covid-19: Madeira preparou-se e contratou 400 profissionais
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