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Cotrim diz que direito à greve é importantíssimo desde que não instrumentalizado

O candidato a Belém apontou uma coincidência temporal entre a convocatória de greves e determinadas cores políticas à frente do Governo.

O candidato presidencial Cotrim Figueiredo considerou hoje que o direito à greve "é importantíssimo" mas questionou se não estará a ser instrumentalizado pelo PCP e PS, após questionado sobre a paralisação anunciada para dia 11 de dezembro.

Cotrim Figueiredo aborda o direito à greve e a relação com partidos políticos em Lisboa
Cotrim Figueiredo aborda o direito à greve e a relação com partidos políticos em Lisboa ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

"Não tenho a certeza que não esteja a ser [instrumentalizada], porque é demasiada coincidência (...) é conhecida a relação entre a CGTP e o PCP, e até as afinidades entre a UGT e o PS. Desde que não sejam manipuladas e instrumentalizadas partidária e politicamente, acho que o direito à greve é um direito importantíssimo", afirmou, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Museu da Farmácia, em Lisboa.

Inquirido sobre as palavras do primeiro-ministro - que considerou que esta ação de protesto apenas serve para "olhar para interesses" do PCP e do PS -, Cotrim Figueiredo apontou uma coincidência temporal entre a convocatória de greves e determinadas cores políticas à frente do Governo.

"Vamos graficar as intervenções e as greves gerais convocadas pela CGTP e os Governos que estão em funções. Vamos graficar a altura em que elas acontecem e a altura em que, politicamente, as coisas estão mais ou menos tensas. Eu sei que, e estudei na escola, que a correlação não é a causalidade, mas determinados níveis de correlação é impossível não passar bem acima da suspeição", defendeu o antigo líder da IL.

Para o candidato a Belém, quem demonstra uma resistência à flexibilização laboral "não está a pensar nos que não têm emprego e sobretudo naqueles que no futuro vão ter de procurar emprego".

Cotrim considerou ainda que "faz parte da solidariedade intergeracional, e entre os que têm ou não têm emprego, pensarem se aquilo que estão a querer defender não está a impedir outros de acederem aos mesmos direitos que eles já têm".

Este sábado, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, anunciou uma greve geral para 11 de dezembro, no final da marcha nacional contra o pacote laboral, em Lisboa. Também a UGT já anunciou que vai propor na quinta-feira ao secretariado nacional a ratificação da decisão de avançar, com a CGTP, para uma greve geral.

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