O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo considerou esta quarta-feira que a investigação que levou a buscas na TAP mostra que o atual processo de privatização já devia ter sido feito há mais tempo.
Cotrim Figueiredo fala sobre a privatização da TAP em LisboaANDRÉ KOSTERS/LUSA
"Acho que isto só prova que a privatização já devia ter ocorrido há mais tempo, porque estes temas que estamos agora aqui a discutir têm a ver com uma privatização que só teve de ocorrer porque estava nas mãos do Estado uma empresa que estava a dar prejuízos que o contribuinte não conseguia suportar", defendeu João Cotrim Figueiredo.
O candidato presidencial, apoiado pela IL, falava aos jornalistas à frente da estação ferroviária de Belém, em Lisboa, após ter feito uma viagem de comboio na Linha de Cascais a partir da Parede, e reagia à investigação, que levou a buscas esta segunda-feira, relacionada com a privatização de 61% do capital da TAP em 2015.
Cotrim Figueiredo defendeu a necessidade de se privatizar a TAP, referindo que, esta manhã, saíram os resultados do terceiro trimestre deste ano que mostram que, "apesar de um verão particularmente bom", houve uma "quebra de resultados até setembro de 40% relativamente ao ano passado", questionando se vai ser possível a companhia aérea ter resultados positivos em 2025.
"E se tiver, eu chamo a atenção dos portugueses para o seguinte: investimos lá 3,2 milhões de euros do nosso dinheiro, fora o que já lá estava de investimentos anteriores. Se conseguirmos lucros na TAP este ano, é pior do que investir em certificados de aforro a 0,5%. Pergunto se alguém o faria? Portanto, se não fazem com o vosso dinheiro, por que é que o Estado há de fazer?", perguntou.
Sobre a investigação em concreto, Cotrim Figueiredo realçou que diz respeito ao processo de privatização feito em 2015 e frisou que, nesse espaço de dez anos, "o assunto já foi levantado pelo menos quatro vezes em termos públicos", em particular no âmbito de uma comissão parlamentar de inquérito.
"E eu pergunto, e gostava de ser esclarecido -- e se a mim não me respondem, porque supostamente sou um agente do sistema político e posso estar a ingerir no sistema judicial, pergunte alguém -- o que é que demora dez anos a ter de apurar?", questionou.
Cotrim Figueiredo defendeu que o mais importante é que, "seja qual for o ilícito, seja qual for o infrator nesta matéria, a haver, que seja apurado rapidamente e que seja devidamente responsabilizado".
O candidato presidencial falava após ter feito uma viagem de comboio entre a Parede e Belém, na qual quis, segundo disse, inteirar-se das alternativas de transporte caso a greve geral convocada pelas centrais sindicais se venha a realizar no dia 11 de dezembro.
"E a conclusão a que cheguei é que não serão fáceis, porque, juntando às greves aqui da Linha de Cascais, haverá as greves dos transportes públicos e, portanto, há muita gente, e muitos estudantes, que vão ter problemas em chegar às aulas. Vai ser um enorme transtorno", disse.
Questionado se lhe parece assim que os serviços mínimos devem ser alargados, conforme defende o Governo, Cotrim Figueiredo disse que sim, em particular nos transportes, porque uma greve nesse setor cria transtornos.
"Muita gente depende da sua presença diária, seja no trabalho, seja na escola, para conseguirfazer a sua vida. E, portanto, há um prejuízo desproporcionado relativamente a estas pessoas e, portanto, sim, justificam-se os serviços mínimos e a introdução dessa alteração na lei laboral tem esse tipo de justificação", referiu.
O candidato presidencial lamentou ainda que as obras na Linha de Cascais continuem em curso e não tenham "fim à vista" e salientou que o facto de ter optado por sair em Belém foi um "gesto simbólico".
"Porque, de facto, a minha candidatura é rumo a Belém e só para no Palácio do Belém", gracejou.
Cotrim considera que investigação mostra que atual privatização da TAP já devia ter sido feita
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