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Costa reage a Marcelo: "É uma divergência, não vale a pena dramatizarmos"

Diogo Barreto
Diogo Barreto 05 de maio de 2023 às 17:28
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Costa diz que "não se sente incomodado" com a promessa de uma "vigilância mais ativa" por parte da Presidência da República.

António Costa desvalorizou o discurso do Presidente da República, afirmando que os dois tiveram "uma divergência". O primeiro-ministro falava no final da cerimónia de entrega do Prémio Camões 2021 à escritora moçambicana Paulina Chiziane, falando que há muitos mais pontos de convergência do que divergências entre ambos.

Duarte Roriz

"É uma divergência, não vale a pena dramatizarmos", referiu António Costa, lembrando que estas divergências com o chefe de Estado são "raras" e que ambos têm interesse em manter uma "boa cooperação". "Não se justifica dramatizarmos que tenha havido um momento em que as agulhas não tenham ficado acertadas", afirmou António Costa à saída do Picadeiro Real.

"Em sete anos e dois meses de relacionamento foi uma exceção naquilo que o próprio Presidente da República designou como uma relação marcada pela capacidade de acertarmos agulhas. Por isso, não se justifica dramatizar que em sete anos e dois meses tenha havido um momento onde as agulhas não ficaram acertadas", sustentou.

Costa diz que "não se sente incomodado" com promessa de uma "vigilância mais ativa" por parte da Presidência da República. "O que é normal em democracia é que desde que cada um exerça as competências que lhe competem", refere o chefe do Governo.

Na quinta-feira, na sua comunicação, Presidente da República prometeu que estará "ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia" para prevenir fatores de conflito que deteriorem as instituições e "evitar o recurso a poderes de exercício excecional".

O chefe de Estado qualificou a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infraestruturas como uma "divergência de fundo" e considerou que essa decisão de António Costa tem custos "na credibilidade, na confiabilidade, na autoridade do ministro, do Governo e do Estado".

"O que sucedeu terá outros efeitos no futuro. Terei de estar ainda mais atento à questão da responsabilidade política e administrativa dos que mandam, porque até agora eu julgava que sobre essa matéria existia, com mais ou menos distância temporal, acordo no essencial. Viu-se que não, que há uma diferença de fundo", considerou.

"Assim, para prevenir o aparecimento e o avolumar de fatores imparáveis e indesejáveis de conflito, terei de estar ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia, para evitar o recurso a poderes de exercício excecional que a Constituição me confere e dos quais não posso abdicar", prosseguiu.

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