António Costa reconheceu as dificuldades dos jovens no acesso às universidades e considerou o alojamento estudantil como a maior de todas.
O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que "dê por onde der" a oferta pública de alojamento estudantil tem que duplicar até 2026 e reconheceu que o "maior desafio" que se coloca no acesso ao Ensino Superior é o custo da habitação.
José Coelho/Lusa
"Dê por onde der, é mesmo até essa data que temos que conseguir esse objetivo tão desafiante que é multiplicar por dois o número de camas das residências universitárias", garantiu António Costa, a discursar na cerimónia de boas-vindas aos estudantes da Universidade do Porto, que decorreu no Jardim da Cordoaria.
O chefe do Governo lembrou que o Plano Nacional de Alojamento Estudantil, lançado em 2019 e que pretende duplicar o número de camas em residências públicas, está a ser cumprido com recurso a verbas do Plano de Resiliência e recuperação (PRR), o que implica algumas regras.
"O PRR tem uma enorme virtude, não só disponibilizou as verbas que não existiam para executar este plano de alojamento, com impõe uma data limite. Só paga as obras que estiverem concluídas até à meia-noite de 31 de dezembro de 2026", explicou.
Perante centenas de estudantes, António Costa reconheceu as dificuldades dos jovens no acesso às universidades: "Temos bem consciência que hoje o maior desafio que se coloca no acesso ao Ensino Superior não é a propina que se paga, mas é mesmo para os estudantes deslocados, o custo dos quartos e do alojamento estudantil", afirmou.
António Costa apontou ainda o conhecimento científico como o "investimento mais importante a realizar".
"Se a humanidade superou o desafio da pandemia, isso deve-se à ciência e demonstra a todos aqueles que tenham dúvidas que não há investimento mais importante de realizar do que o investimento no conhecimento científico", disse.
Outro exemplo da importância da investigação é, segundo António Costa, o vinho português: "Hoje é difícil encontrar um mau vinho em Portugal. Há poucos anos era difícil encontrar um bom vinho em Portugal. Aquilo que mudou o vinho de há 30 anos para o vinho que hoje bebemos não tem a ver com o terreno, que já lá estava, com as uvas, que já existiam, o sol, porventura era mais ameno, mas todas as condições naturais estavam lá", apontou.
"O vinho passou foi a ter uma coisa fundamental que é o conhecimento científico, que sabe aproveitar melhor o território, melhor as castas, melhor insolação e por isso o nosso vinho é hoje muitíssimo melhor", explicou.
Do lado dos estudantes, a presidente da Federação Académica do Porto, Gabriela Cavilhas, apelou a "mais ambição" e a que o problema do alojamento estudantil seja "discutido em sede de Orçamento do Estado, apelo esse repetido por alguns estudantes que se manifestaram no final da cerimónia.
"É incomportável ser de outra cidade e ter que vir estudar para aqui. É a propina, é a alimentação, é o transporte e é sobretudo o preço da habitação, só sendo rico", disse à Lusa Ana Pinto, estudante de Bioquímica.
O primeiro-ministro seguiu depois, acompanhado pela ministra da Ciência e Ensino Superior e da ministra da Presidência, para a inauguração de uma das três residências estudantis criadas ao abrigo do Plano Nacional de Alojamento Estudantil.
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