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Como se acabou com os bairros de barracas há 32 anos

Rita Rato Nunes
Rita Rato Nunes 29 de julho de 2025 às 23:00

O empurrão de Mário Soares, a “surpresa” que Isaltino guardou em Oeiras para a TV e o despertar de Cavaco: como nasceu o maior plano de habitação da democracia portuguesa.

O autocarro com jornalistas e políticos seguia na A5, quando Mário Soares, então Presidente da República, terá apontado para o bairro de barracas do Jamor e dito: “Estão a ver? Que democracia de sucesso é esta? Famílias a viver nesta miséria.” As palavras são resgatadas da memória do autarca de Oeiras, Isaltino Morais, que foi eleito, pela primeira vez, em 1985, oito anos antes deste momento. João Soares contextualiza: “O meu pai estava escandalizado com a permanência das barracas e decidiu fazer uma Presidência Aberta sobre isso.” O resultado foi que, “todos os dias, durante aquela semana [de fevereiro de 1993], o professor Cavaco Silva [então primeiro-ministro] e o Governo eram massacrados com notícias dos bairros de barracas sem parar”, continua Isaltino Morais, que naquele 8 de fevereiro decidiu “pregar uma partida” a Soares.

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