No frente-a-frente entre a coordenadora do BE e Paulo Raimundo na pré-campanha para as legislativas de 18 de maio registaram-se sobretudo convergências.
Os líderes do BE e da CDU não rejeitaram hoje entendimentos pós-eleitorais com o PS, mas apenas desde que este partido aceite "romper com a atual política", com Mariana Mortágua a acusar Pedro Nuno Santos de "viragem à direita".
RTP
No frente-a-frente entre a coordenadora do BE e Paulo Raimundo na pré-campanha para as legislativas de 18 de maio, na RTP3, registaram-se sobretudo convergências, com a bloquista a aproveitar o debate para criticar o secretário-geral do PS em matérias como a habitação -- acusando-o de "desistir das pessoas" -- ou na imigração, onde disse que "foi de arrasto" com a política da direita.
Questionados sobre a disponibilidade para entendimentos pós-eleitorais com o PS, nenhum dos dois líderes partidários fechou a porta, mas ambos impuseram condições de rutura.
"O entendimento depende das políticas. O BE apresenta prioridades às eleições e cá estaremos para conversar com o PS e todos os deputados que queiram mesmo um teto às rendas, uma política fiscal justa e que queiram mesmo respeitar quem trabalha por turnos", respondeu Mariana Mortágua.
A coordenadora do BE lamentou que se fale tanto "em matemática" nestas eleições e considerou que "há um elefante na sala": "A viragem à direita que faz o PS nestas eleições à espera de conseguir o apoio do PSD caso fique com um deputado à frente do PSD".
"A pergunta que devemos fazer é se PS com PSD ou se PSD com PS vão fazer aquilo juntos que não fizeram separados", apontou.
O secretário-geral da CDU defendeu que o país precisa de tudo "menos da continuidade da política que está a ser seguida", e que disse não ser exclusiva do Governo PSD/CDS-PP.
"Todos aqueles que queiram vir para este caminho romper com o caminho atual podem contar connosco. Aqueles que acham que em 2029 é que é a altura porreira - desculpe a expressão - para o Salário Mínimo Nacional ser fixado num valor que é hoje já praticado em Espanha, não estão a ver bem", considerou.
Questionados sobre o que distingue atualmente os dois partidos, ambos os líderes afirmaram ser mais o que os aproxima, com Paulo Raimundo a apontar entre as diferenças a crítica da CDU à extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e Mariana Mortágua a lamentar as posições dos comunistas sobre a eutanásia ou o aprofundamento da paridade.
Sobre se as questões éticas à volta da vida patrimonial do primeiro-ministro devem marcar a campanha, ambos reafirmaram as críticas a Luís Montenegro, mas apontaram que as eleições devem centrar-se sobretudo nas políticas do atual e do próximo Governo.
Mariana Mortágua defendeu como "um imposto justo" a proposta do BE de taxar os 0,5% mais ricos -- que renderia três mil milhões de euros -, enquanto Paulo Raimundo admitiu não ser necessário "ir tão longe", preferindo caminhos como o fim dos benefícios fiscais a não residentes ou das PPP rodoviárias.
Sobre a imigração, Paulo Raimundo admitiu que Portugal "é um país de recursos limitados", mas questionou o que ficaria a funcionar se milhares de imigrantes se fossem embora.
Neste ponto, a coordenadora do BE lamentou que este tema tenha sido usado como "tanque de batalha ideológico" pela extrema-direita e arrastado todos os partidos, incluindo o PS, que "deixou órfã a sua política de manifestação de interesse".
Ambos rejeitaram que seja necessário aumentar o investimento em Defesa, com Mariana Mortágua a alertar que se o país aumentar os seus gastos para 3% do PIB custará "mais de oito mil milhões de euros", que equivaleria "a um milhão de pensões ou mais do que se gasta em todos os profissionais de saúde".
"Isto não é uma questão de defesa, é sobre a indústria de armamento", disse.
"Nós devíamos estar tão preocupados com a entrada dos russos pelo porto de Leixões, como disse a Mariana Mortágua, como com os norte-americanos pelos Açores. Só há duas opções, não há meias opções: ou nós optamos por alimentar a guerra, dar gasóleo para a guerra, ou nós travamos a guerra", corroborou Raimundo.
BE e CDU admitem entendimentos com PS mas apenas com rutura
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