Numa conferência de imprensa realizada após a reunião do Conselho Superior de segurança Interna, na qual foi apreciado o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2017, o ministro Eduardo Cabrita destacou "a consolidação de uma tendência de redução" da criminalidade violenta e grave "que se vem verificando na última década".
O aumento da criminalidade geral em 3,3% no ano de 2017, deveu-se a terem sido cometidos mais crimes de moeda falsa, incêndio florestal e burlas.
O ministro da Administração Interna explicou que o crime que mais cresceu no ano passado foi o de moeda falsa (mais 246%), mas "por meras razões estatísticas", uma vez que a Polícia Judiciária "registou em 2017 um conjunto de processos relativos a vários anos".
"Isso determina um crescimento de 246%, o que não corresponde a nenhum fenómeno generalizado de crescimento de circulação de moeda falsa no país", disse, adiantando que outro tipo de crime "com crescimento significativo" foi o de incêndio florestal, que aumentou mais de 27%.
O ministro afirmou que cresceu também o crime de burla, nomeadamente no que diz respeito a burlas em vendas e no arrendamento de habitações sobretudo através da Internet.
Na conferência de imprensa, o ministro realçou igualmente que até Outubro do ano passado se registou uma "justa preocupação" com os crimes relacionados com os assaltos a caixas de multibanco (ATM), que aumentaram 73% face a 2016.
"Teve o seu ponto mais alto em Outubro de 2017", disse, sublinhando que as medidas adoptadas levaram "a uma significativa redução" em Novembro e Dezembro de 2017 e nos primeiros meses de 2018 aos assaltos às caixas de multibanco.
Sobre a "criminalidade que mais afecta as populações", o governante destacou as reduções dos furtos em residência (menos 14%), em veículo motorizado (-11%), das ocorrências em meio escolar (-6,4) e da criminalidade em grupo (-8.8%).
Eduardo Cabrita frisou também "pela positiva" que, em 2017, se verificou uma redução dos roubos na via pública e por esticão em transportes públicos.
O ministro disse ainda que, ao longo dos últimos meses, Portugal tem sido sistematicamente considerando em várias avaliações internacionais como "um dos países mais seguro do mundo", o que "é fundamental" para a qualidade de vida dos portugueses, mas também para o turismo e para o investimento no país.
"A evolução na área de segurança interna é decisiva para a qualidade de vida, mas também a evolução da economia portuguesa", sustentou.
O RASI é entregue na quinta-feira à Assembleia da República.