Sábado – Pense por si

As peripécias dos senhores cônsules honorários

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 28 de outubro de 2022 às 20:00

Horta e Costa repatriou salvadorenhos, Sousa Lara passou vistos a lesotianos e Bragança Fernandes foi ver o Benfica. As aventuras de políticos e empresários como cônsules honorários.

No seu escritório na torre 2 das Amoreiras, em Lisboa, Miguel Horta e Costa gere a sociedade de capital de risco Underrock Investments. Mas não é apenas a sede da empresa de capital de risco - é também um consulado honorário. O antigo secretário de Estado do Comércio Externo do segundo Governo de Aníbal Cavaco Silva, ex-CEO da PT e ex-administrador do BES é também cônsul honorário de El Salvador em Lisboa. E como o embaixador salvadorenho em Portugal vive em França, pois acumula os dois países na sua jurisdição, o próprio Horta e Costa já teve de agir como uma espécie de embaixador de emergência. "Uma vez, um salvadorenho veio com uma mulher para Portugal, apanhou pneumonia e morreu aqui. Em articulação com o embaixador e com os governos, tive de tratar de acompanhar a viúva e do seu regresso, assim como da transladação do corpo", dá como exemplo àSÁBADO. "Em mais de duas décadas de cônsul, já me aconteceu de tudo."

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

Sinais do tempo na Justiça

A maioria dos magistrados não dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de burnout. Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada comprometerá a qualidade do trabalho, sobretudo na área da violência doméstica.

Hipocrisia

Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.

Urbanista

Insustentável silêncio

Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.