O Chega é o partido com mais medidas (27), seguido do PS (25) e da Iniciativa Liberal (16). Mas todos os partidos viram propostas suas chegarem ao programa do Governo.
O Chega é o partido com mais medidas incluídas no programa do Governo e em segundo lugar surge o Partido Socialista. Este ano foram incluídas 80 medidas dos outros partidos no programa enquanto o ano passado tinham sido apenas 20. Mas o PS diz ser o autor moral de várias medidas propostas pela AD.
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
Das 80 medidas que a AD assimilou vindas de outros partidos, o Chega lidera com 27 e o PS segue com 25. Mas há também medidas da Iniciativa Liberal (16), do Livre (seis), do PCP (duas), do PAN (duas) e Bloco de Esquerda e JPP veem, cada um, uma proposta sua chegar ao programa do Governo. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que esta decisão de incluir medidas de outros partidos "assume a ideia da humildade política e do diálogo".
Ao Chega a AD vai buscar propostas como o programa "Bom Regresso", para os imigrantes que desejem voltar ao seu país de origem, mas que não têm capacidade para o fazer, o aumento de penas para crimes como o tráfico de seres humanos e de auxílio à imigração ilegal, bem como "a universalidade da gratuitidade dos manuais escolares para todos os alunos do ensino obrigatório [quer estudem na rede pública, privada ou cooperativa]". Há ainda outras medidas relacionadas com a migração que transitaram do programa do Chega para o do Governo mas também a melhoria dos mecanismos de proteção das crianças em caso de violência doméstica e a ampliação dos beneficiários do programa de apoio ao arrendamento.
Já as medidas do PS são principalmente relacionadas com a coesão territorial, como "apoio à captação de investimento nacional e estrangeiro em territórios de baixa densidade" ou a expansão da rede ferroviária, de acordo com o documento do Governo. Mas há ainda o reforço das vagas na área dos cuidados continuados e um novo estatuto do mecenato cultural, além do apoio à captação de investimento nacional e estrangeiro para fomentar o desenvolvimento económico do interior e insular é outra medida; e mobilização dos investidores e agentes económicos da diáspora e da lusofonia. No debate de discussão do programa José Luís Carneiro criticou a opção do executivo PSD/CDS-PP de "extrair propostas dos programas dos outros partidos e colocar essas propostas do seu programa de Governo sem uma única palavra com os outros partidos da oposição", comentando: "Isso não é diálogo, isso é plágio".
Os liberais conseguiram introduzir algumas das suas bandeiras no programa do Governo, como por exemplo passar a pertencer ao trabalhador a possibilidade de escolher como quer receber o 13.º o 14.º mês: em dois momentos do ano ou em duodécimos (apenas 12 vezes ao ano, em vez de 14). Há também medidas como a simplificação dos nove programas de apoio ao arrendamento e a criação de um modelo de formação pós-graduada especializada na enfermagem.
O Livre conseguiu inscrever a reativação do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio no âmbito da Plano Nacional de Saúde Mental e ainda a implementação de medidas relacionadas com o combate à pobreza infantil e com o envelhecimento ativo. Há ainda a proposta de integrar o ensino artístico especializado de música, teatro e dança na rede pública.
Já o PCP conseguiu que o Governo programasse o "desenvolvimento da capacidade produtiva, inovação, qualidade e competitividade da indústria conserveira" e a prioridade à "diversificação das fontes primárias de energia", enquanto o PAN incluiu o reforço da proteção do lobo ibérico e o reforço da monitorização do estado ecológico das massas de água. O BE vê a sua proposta de ir buscar "mais electricidade renovável e um programa para eficiência energética na habitação" e, ao JPP, a criação de uma linha ferry para transporte de mercadorias e passageiros entre as regiões autónomas e o território continental.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.